Mau tempo: Leiria está a estudar sistema de drenagem para criar plano estratégico



A Câmara de Leiria tem em curso um estudo sobre o sistema de drenagem da cidade, nomeadamente nas zonas identificadas como mais problemáticas, para criar um plano estratégico para o futuro, foi ontem anunciado.

O vereador Ricardo Gomes, responsável pelas obras municipais e pelo Serviço Municipal de Água e Saneamento, disse ontem, na reunião de executivo camarário, que estão identificados “os locais onde existe acumulação de água sempre que há forte precipitação”, mas é desconhecido “o que está por detrás desse fenómeno”.

“Importa caracterizar o sistema de drenagem da cidade, um sistema muito antigo, em alguns casos nem é conhecido o cadastro dessa estrutura, e dada a complexidade de todo esse sistema de drenagem houve necessidade de consultar um gabinete de projetos especializado neste tipo de estudos”, revelou Ricardo Gomes, ao referir que foi contratada a mesma empresa que fez o estudo em Lisboa.

Segundo o autarca socialista, o gabinete “vai caracterizar a cidade de Leiria”. “A zona que estamos a estudar é a mais problemática: a margem esquerda do rio Lis e que acaba por incluir o caneiro, que é uma infraestrutura que apresenta alguns sinais de envelhecimento”, acrescentou.

O estudo, segundo disse, tem seis fases, tendo sido já entregue a quarta fase. “A quinta tem como objetivo identificar as soluções de melhoria do sistema de drenagem por forma a ser lançado um concurso para desenvolvimento de projetos, que leve a reconfigurar todo o sistema de drenagem e reabilitar algumas dessas infraestruturas. O prazo conclusão desse estudo está previsto para o início de janeiro”, afirmou.

Após a entrega do relatório final, “haverá condições para intervencionar a rede de drenagens e dotar a cidade de um plano estratégico que possa vigorar durante várias décadas”.

A precipitação que caiu no concelho de Leiria nos últimos dias não provocou situações com gravidade, garantiu Luís Lopes na reunião.

O vereador da Proteção Civil referiu que o município tem tido “ações preventivas”, que passaram pela “emissão de avisos e comunicação à população” sugerindo “algumas medidas de autoproteção”, mas também pela “monitorização das questões meteorológicas e dos caudais nas principais linhas de água do concelho”.

Luís Lopes explicou ainda que foram executadas ações de manutenção e limpeza de sumidouros e algumas valetas” e alertou que a situação “instável” da meteorologia tem impedido o melhor pré-posicionamento.

“Durante a noite, as ocorrências foram quase inexistentes. Com a acumulação de precipitação houve intervenções pontuais. Em Monte Real e Carvide a rua do grupo desportivo foi interditada a circulação, porque se registou alagamento de parte daquela zona com alguns danos nas instalações do clube”, disse, ao referir ainda situações em duas ruas na freguesia da Maceira e a inundação de campos agrícolas.

“Ainda bem que assim é porque acaba por servir como bacia de retenção para estas águas”, salientou, ao revelar ainda uma inundação num quarto andar de um apartamento na cidade, devido a problemas no teto, o que obrigou à retirada de uma pessoa de 80 anos para casa de familiares.

A zona do Polis, junto ao parque radical e São Romão, também foi interditada por precaução, uma vez que o rio “está muito próximo da quota máxima”.

Antes das chuvas, a autarquia tinha também procedido à consolidação de alguns terrenos que foram afetados pelos incêndios deste verão, nomeadamente na zona de Colmeias e Memória.





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