Mediterrâneo: 25 milhões de aves são mortas ilegalmente todos os anos



Cerca de 25 milhões de tordos, tentilhões, piscos-de-peito-ruivo, cabeções e cordonizes-comuns são mortas ilegalmente, todos os anos, no Mediterrâneo: países do sul da Europa ou Médio Oriente.

As aves são envenenadas, mortas a tiro, coladas ou apanhadas por redes em países como o Egipto (5,7 milhões de aves), Itália (5,6 milhões), Síria (3,9 milhões), Líbano (2,6 milhões), Chipre (2,3 milhões), Grécia (700.000), Líbia, Croácia e França (500.000) e Albânia (300.000).

O relatório – o primeiro de sempre sobre o tema – não fala de países como Portugal e Espanha, mas admite que outras 1,2 milhões de aves serão mortas ilegalmente nos restantes países do Mediterrâneo.

De acordo com os conservacionistas, as aves são apanhadas ou mortas quando estão a migrar de e para a Europa continental, sendo que metade destas 25 milhões de aves são mortas em países da União Europeia, que têm legislação muito rigorosa sobre o tema.

“Metade destas aves são mortas em países onde, na teoria, existem leis rigorosas de protecção de aves”, explicou ao Guardian o ornitólogo e conservacionista inglês Bill Oddie, que culpa os caçadores e burocratas pelo falhanço da monitorização.

Leia o relatório (abre PDF).

“Os números são chocantes e estão a piorar”, continuou Oddie, que acrescentou que há países, como o Chipre, em que a caça às aves existe a uma escala industrial.

Publicado no Bird Conservation e dirigido por Ann-Laure Brochet, o estudo diz que o Egipto e a Itália são os países mais perigosos para as aves migratórias. No país transalpino, mais de 150 espécies são mortas todos os anos.

A cidade mais perigosa é Famagusta, no Chipre, onde cerca de 700.000 aves são mortas todos os anos.

Foto: Roberto González / Creative Commons





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