Mel e apicultura em Moçambique: novo projeto quer elevar recurso natural a exemplo de desenvolvimento sustentável



O projeto “PróMEL – Mel e Apicultura em Moçambique: Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Conservação da Biodiversidade”, apresentado oficialmente no dia 30 de junho, tem como principal objetivo contribuir para o aumento da produtividade do mel em áreas com potencial confirmado nos parques nacionais moçambicanos da Gorongosa e Chimanimani.

Reunindo parceiros de Portugal, Moçambique e Argentina, o PróMEL é liderado por Cristina Máguas, investigadora e coordenadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), e conta com o apoio do Instituto Camões para os próximos quatro anos.

Aumentar a qualidade dos bens e serviços, e melhorar os sistemas de produção são ações tidas como essenciais para a sustentabilidade económica das áreas rurais, bem como para a conservação da biodiversidade e promoção de ecossistemas mais equilibrados, avança o CE3C em comunicado.

Esta visão é igualmente suportada pelo governo moçambicano, que procura associar o investimento na produção agrícola à redução das desigualdades sociais e da pobreza, à medida que a economia nacional é estimulada e são geradas mais oportunidades de emprego.

Dizem os investigadores que, em Moçambique, a apicultura e a produção de mel carecem de valorização, mas, ao mesmo tempo, têm um considerável potencial de expansão e melhoria. É precisamente a esse desafio que o projeto PróMEL quer dar resposta, procurando garantir um novo protagonismo para o mel de Moçambique.

Apesar da diversidade de méis produzidos no país ser considerável, a caracterização físico-química, organoléptica (relativa às propriedades que estimulam os nossos sentidos – cor, cheiro, sabor, entre outros) e as propriedades biológicas deste produto permanecem escassas, o que dificulta a sua consolidação enquanto produto de valor acrescentado.

Até 2028, o projeto prevê analisar o mel do ponto de vista técnico e científico, de forma a promover a sua sustentabilidade e qualidade enquanto produto, definir estratégias que conciliem uma maior competitividade da produção e a conservação dos ecossistemas – nomeadamente da floresta de miombo e da biodiversidade que acolhe –, e conduzir à certificação do mel, permitindo uma maior comercialização e o aumento do valor de mercado.

“O PróMEL é um projeto inovador que foi concebido de forma atenta e inclusiva para responder às expetativas de todos os parceiros, sempre com o olhar assente na promoção do bem-estar das comunidades que habitam nos dois Parques Naturais, e na sua conjugação com o grande desafio de salvaguarda do património natural de Moçambique”, sublinha Cristina Máguas.

O projeto conta ainda com a participação dos investigadores do CE3C Sergio Chozas, Carla Alegria, Andreia Anjos, Luis Pungulanhe e Adija Wilssone.

Foi financiado pelo Instituto Camões, e tem como como co-promotores a Administração Nacional das Áreas de Conservação, do Ministério do Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Moçambique, e o Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina. Entre as entidades executoras e parceiras destacam-se os dois Parques Nacionais e o INTA – Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina.






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