Mercado global fotovoltaico ao rubro com descida drástica dos preços
A queda do preço do silício, a principal matéria-prima utilizada pelos produtores chineses de painéis solares, está a causar preocupação nos seus congéneres europeus e norte-americanos, mas é um passo muito importante para a expansão e desenvolvimento deste mercado em todo o mundo.
A curto prazo, este é um problema para o mercado – dois produtores norte-americanos, Solyndra e Evergreen Solar, fecharam as portas este ano – mas a longo prazo, pode ser uma boa notícia para os consumidores globais. É esta a opinião da Europe Solar Utility.
“O facto de os chineses estarem a exportar tantos módulos baratos para a Europa, a preços cada vez menores, é benéfico para a indústria”, explicou ao Financial Times o CEO da Europe Solar Utility, Patrick Charignon.
De acordo com a consultora Solarbuzz, o mercado global fotovoltaico vai crescer dos actuais €35,4 mil milhões (R$ 85,8 mil milhões) para os €74 mil milhões (R$ 180 mil milhões) já em 2014.
É verdade que o preço barato dos painéis solares chineses está a reduzir as margens – há quem acuse a China de dumping… – mas estes mesmos painéis apenas representam um terço de todo o investimento dos parques solares. Os restantes dois terços provêem de equipamentos e mão-de-obra. Esta é, normalmente, procurada localmente.
Apesar de tudo, a indústria parece estar conformada com a invasão chinesa e prepara já o futuro. “Como todas as indústrias, temos altos e baixos”, explicou Gil Forer, executivo da Ernst & Young para a área das Energias Limpas. “Hoje, enfrentamos um período desafiante, mas os mais inteligentes vão sair mais fortes [desta situação]”.
Os analistas prevêem que os preços de painéis solares chineses continuem a diminuir, mas a respostas europeia e norte-americana não se tem feito esperar. Hoje, as empresas destes mercados desenvolvem novos produtos, novas gerações de painéis solares que aumentam a eficiência da tecnologia solar. E aumentam as opções de sustentabilidade das famílias e empresas.