Metro Mondego está a revisitar projeto para reduzir árvores a abater em Coimbra



A Metro Mondego está a revisitar, juntamente com a Câmara de Coimbra, o projeto paisagístico da empreitada da Linha do Hospital para tentar reduzir o número de árvores a abater, afirmou ontem o presidente daquela entidade.

“A única coisa que ainda está a ser estabilizada é o projeto paisagístico da Linha do Hospital. Estamos a fazer uma revisitação desse projeto de paisagismo, para termos a capacidade de reduzir o número de árvores intervencionadas”, disse o presidente da Metro Mondego, João Marrana, que participava na conversa “SOS Árvores: Coimbra precisa de reforma?”, dinamizada pelo jornal local Coimbra Coolectiva.

O debate surge após uma onde de protestos e críticas à Câmara de Coimbra e à Metro Mondego (MM), após o abate de plátanos centenários na avenida Emídio Navarro, no âmbito da empreitada de construção do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).

Já sobre o plano de arborização acordado entre a Câmara e a MM, em que se compromete a plantar três árvores por cada uma abatida, o responsável realçou que espera adjudicar uma primeira fase do plano de plantação “na próxima semana”.

“Gostaríamos de receber os contributos dos cidadãos de onde poderíamos fazer a plantação das árvores e de que espécies”, vincou.

Também o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, salientou o diálogo que tem havido entre o município e a MM, referindo que já foi evitado “o corte de uma série de árvores”, sem especificar.

“Vamos analisar árvore a árvore, à medida que o projeto vai progredindo”, disse o autarca eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt), realçando que o novo executivo assumiu funções com o projeto “já aprovado e em obra”, estando “a fazer o que é possível”.

Apesar disso, José Manuel Silva sublinhou a importância do SMM avançar, “um projeto amigo do ambiente” (contempla a utilização de autocarros elétricos em via dedicada).

Também a participar na conversa, o biólogo da Universidade de Coimbra Jorge Paiva, que notou que era a primeira vez que estava a dialogar publicamente com um presidente de uma câmara, vincou que é necessário dar outra atenção às árvores e desenhar traçados que as tenham em conta.

“Se o metro passasse pelos Arcos [aqueduto romano reconstruído no tempo de D. Sebastião], deitavam-se os Arcos abaixo? E não é um ser vivo. As árvores não se mexem, as árvores não gritam”, asseverou.

Já o candidato pelo movimento Cidadãos por Coimbra nas últimas autárquicas, Jorge Gouveia Monteiro, chamou a atenção para o facto de o sucesso do SMM estar dependente do seu uso e, para isso, terão de ser traçadas prioridades, protestando contra um desenho que mantém as faixas de rodagem para “agradar ao automobilista”.

Para além de críticas, surgiram também propostas do público, com um cidadão a pedir à MM para disponibilizar um portal para que os munícipes possam sugerir locais para a plantação de árvores e uma cidadã que defendeu uma política que dê também atenção aos arbustos e ao coberto herbáceo da cidade.

“Quero ver flores, quero que as crianças da cidade possam ver flores”, defendeu.

Já no final do debate, José Manuel Silva realçou que o município deixou de usar glifosato, quer respeitar os insetos polinizadores e pretende passar a usar prado em vez de relva nas rotundas e jardins da cidade.

“Estamos a trabalhar para que seja uma cidade mais verde, mas não podemos parar um projeto aprovado antes de nós”, acrescentou o autarca, referindo que na avenida Emídio Navarro serão plantadas 43 novas árvores.





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