Minério: Nova data para os maiores depósitos de ferro da Terra oferece pistas para futuras explorações



Uma investigação conduzida pela Universidade de Curtin revela que os maiores depósitos de minério de ferro da Terra – na província de Hamersley, na Austrália Ocidental – são cerca de mil milhões de anos mais novos do que se pensava, uma descoberta que poderá impulsionar grandemente a procura deste recurso.

Utilizando uma nova técnica de geocronologia para medir com exatidão a idade dos minerais de óxido de ferro, os investigadores descobriram que os depósitos de Hamersley se formaram entre 1,4 e 1,1 mil milhões de anos atrás, e não há 2,2 mil milhões de anos como se estimava anteriormente.

O autor principal, Liam Courtney-Davies, que na altura da investigação era Investigador Associado de Pós-Doutoramento no Centro John de Laeter da Universidade de Curtin e está agora na Universidade do Colorado, em Boulder, disse que as descobertas mostraram que os depósitos de ferro se formaram durante um período de grande atividade geológica, quando os antigos supercontinentes se estavam a separar e novos se estavam a formar.

“A energia desta atividade geológica épica desencadeou provavelmente a produção de milhares de milhões de toneladas de rochas ricas em ferro em toda a Pilbara”, afirmou Courtney-Davies.

“A descoberta de uma ligação entre estes depósitos gigantes de minério de ferro e as mudanças nos ciclos dos supercontinentes aumenta a nossa compreensão dos processos geológicos antigos e melhora a nossa capacidade de prever onde devemos explorar no futuro”, acrescentou.

O Professor Associado Martin Danišík, do Centro John de Laeter, coautor do estudo, afirmou que a investigação datou com exatidão os minerais das formações ferríferas em faixas (BIFs), que são antigas camadas subaquáticas de rochas ricas em ferro que podem fornecer informações significativas sobre o passado geológico profundo da Terra.

“Até agora, a cronologia exata da mudança destas formações de 30% de ferro, tal como eram originalmente, para mais de 60% de ferro, tal como são hoje, não era clara, o que tem dificultado a nossa compreensão dos processos que levaram à formação dos maiores depósitos de minério do mundo”, afirmou o Professor Associado Danišík.

“Ao utilizar uma técnica emergente para datar minerais de óxido de ferro através da análise de isótopos de urânio e chumbo dentro dos grãos minerais, datámos diretamente todos os principais depósitos gigantes de minério de ferro alojados em BIF na Província de Hamersley”, acrescentou.

“A nossa investigação indica que estes depósitos se formaram em conjunto com grandes eventos tectónicos, realçando a natureza dinâmica da história do nosso planeta e a complexidade da mineralização do minério de ferro”, explicou ainda.

A Austrália Ocidental é o principal produtor mundial de minério de ferro, que é o maior produto de exportação da país com um valor de 131 mil milhões de dólares no último ano financeiro.

A investigação foi efetuada em colaboração com investigadores da Universidade da Austrália Ocidental, da Rio Tinto e da CSIRO Mineral Resources.





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