Minifloresta da Ciências ULisboa: um caso de sucesso reconhecido pela União Europeia



A “FCULresta” – uma minifloresta densa, biodiversa e multifuncional do Laboratório Vivo para a Sustentabilidade da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) e que tem origem no projeto europeu “1Planet4All – Empowering youth, living EU values, tackling climate change” -, foi selecionada e destacada como um dos projetos com maior impacto do programa “Development Education and Awareness Raising (DEAR)”, financiado pela União Europeia, foi divulgado em comunicado.

David Avelar, biólogo e permacultor, coordenador deste projeto, refere que a minifloresta da Ciências ULisboa foi selecionada entre os projetos financiados pela call de 2018, segundo critérios de impacto, e que permitiram a inclusão na categoria instituições que trabalham de forma sustentável, dando foco às novas florestas na cidade. A FCULresta integra ainda os cientistas Margarida Santos-Reis, Jorge Maia Alves, António Alexandre, Cristina Cruz, Otília Correia, Rui Rebelo, Pedro Pinho, Tiago Marques e Cristina Catita.

“Uma análise intercalar examinou dez projetos DEAR para destacar alguns dos seus principais resultados intercalares. No total, os projetos DEAR analisados formaram até agora 130 000 pessoas sobre as desigualdades globais, as migrações, as alterações climáticas e muito mais. Graças ao envolvimento de 10 000 jovens líderes, professores, decisores, jornalistas e outros influenciadores, as pessoas em toda a Europa estão a defender as questões DEAR. Tudo isto apenas a meio do período de vigência dos projetos DEAR. Os projetos DEAR estão a ter um impacto ao contribuírem para políticas sustentáveis, comportamentos sustentáveis e instituições que trabalham de forma sustentável”, pode ser lido no site desta iniciativa, que convida o utilizador a descobrir 14 histórias do Programa DEAR, na qual se inclui a FCULresta. O site divulga ainda uma infografia, que inclui uma imagem da minifloresta urbana da Ciências ULisboa.

Para António Alexandre, um dos grandes dinamizadores desta e de outras miniflorestas urbanas, “o futuro da FCULresta será continuar a crescer e inspirar, não só para dentro como para fora, promovendo a rede de miniflorestas que começa a aparecer por todo o Portugal”. O estudante de doutoramento da Ciências ULisboa quer contribuir com conhecimento científico, estudando os sucessos e as dificuldades da aplicação do método miyawaki em climas mediterrânicos. A sua tese intitula-se “Build SOIL, Grow PEOPLE, Harvest INSPIRATION: tiny forests in Mediterranean urban areas”.

As miniflorestas urbanas são pequenos espaços de biodiversidade autóctone em contexto urbano que se estão a disseminar um pouco por todo o mundo, desde o Japão, Índia, Holanda, Reino Unido, Chile e, mais recentemente, em Portugal, através da FCULresta, cuja plantação ocorreu em março de 2021.

As miniflorestas como locais de ensino e de aprendizagem têm imenso potencial se plantadas nas escolas, permitindo aliar a componente de biodiversidade e envolvimento comunitário à educação e sensibilização ambiental.

A FCULresta cumpre assim um outro objetivo, o de inspirar e apoiar a plantação de mais florestas urbanas biodiversas. Atualmente a rede de miniflorestas integra 16 projetos.

As miniflorestas urbanas têm como base o método Miyawaki, criado pelo professor e botânico japonês Akira Miyawaki (1928-2021), tendo como objetivo criar zonas de floresta autóctone biodiversas que se desenvolvam mais rápido do que quando comparado com técnicas de reflorestação tradicional.

 





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