Ministra do ambiente do Brasil diz que país vai liderar defesa da Amazónia
A ministra do Ambiente do Brasil disse ontem que o Governo brasileiro pretende liderar a proteção da Amazónia e dar um exemplo global, apesar das dificuldades em reduzir a desflorestação após o “apagão” dos últimos quatro anos.
Marina Silva, reconhecida líder ambiental que retomou o ministério que ocupou durante o primeiro governo (2003-2006) de Lula da Silva, assegurou aos participantes no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça) que o Brasil já possui a experiência e o conhecimento científico necessários para reduzir a desflorestação na Amazónia a zero até 2030.
“Temos uma experiência bem-sucedida na redução da desflorestação. Nos primeiros governos de Lula, conseguimos reduzir as taxas de destruição da Amazónia em 83%”, disse.
A responsável brasileira acrescentou que, apesar de nessa altura o Governo ter tido de começar do zero porque não tinha experiência nem conhecimentos para combater a desflorestação, agora tem de recomeçar do zero depois do cenário deixado pelo ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022.
“Agora é mais difícil porque Bolsonaro causou um ‘blackout’ nas políticas ambientais, desmantelou os organismos de controlo e fiscalização, reduziu os orçamentos para combater a desflorestação e deu poder aos segmentos que se opõem à proteção das florestas e dos povos indígenas”, afirmou.
Marina Silva recordou que durante os quatro anos do mandato de Bolsonaro, a devastação na maior floresta tropical do mundo atingiu níveis recorde.
A ministra acrescentou que nos primeiros dias do novo Governo, o plano para controlar a desflorestação já tinha sido restabelecido, o Fundo Amazonas foi reativado, as medidas controversas de Bolsonaro, como a que permitia a exploração mineira na Amazónia, foram revogadas, e foi criado um grupo de 17 ministérios para definir políticas de preservação.