Monsanto retira oito pedidos de cultivo de OGM na União Europeia
A multinacional norte-americana Monsanto retirou oito dos nove pedidos de autorização de cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) na União Europeia, anunciou a empresa na quinta-feira. A única excepção é a do milho MON810, que é plantado, sobretudo, em Portugal e Espanha.
Segundo explica o LA Times, os pedidos estavam parados há vários anos. “Não havia fim à vista, devido a obstrucionismos políticos”, explicou Brandon Mitchener, porta-voz da empresa para a Europa.
Muitos dos países europeus, como a França, Alemanha e Itália, proíbem os OGM. Apesar de alguns cientistas argumentarem que estas culturas são seguras, a verdade é que existe um sentimento muito negativo, na Europa e não só, em relação a este tema.
Assim, a Monsanto vai continuar a focar-se, na Europa, no seu negócio convencional de sementes. Segundo Mitchener, 98% das vendas da empresa, no continente europeu, provêem deste segmento.
“A Monsanto tem excelentes resultados na Europa. O nosso plano a longo prazo não implica a necessidade de biotecnologia na Europa”, continuou. O cultivo de MON810, a única variedade de milho geneticamente modificado permitida comercialmente na Europa, foi aprovado em 1998. Foi a única, até agora, a receber luz verde da Europa.
“São boas notícias para a ciência e investigação na Europa”, disse Mark Breddy, porta-voz da Greenpeace Europa.
“Ao longo do último par de décadas, os produtos geneticamente modificados provaram ser uma tecnologia ineficiente e impopular, com riscos inaceitáveis para o nosso meio ambiente e saúde”, acrescentou Breddy.
Desde Maio que a Monsanto tinha colocado a hipótese de retirar este oito pedidos. Na semana passada, este rumor confirmou-se.
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