Morreram 227 defensores ambientais em 2020



A proteção do ambiente é um dever de todos, mas existem pessoas que diariamente dão a cara pela causa. Conhecidos por “defensores ambientais”, estas pessoas colocam-se em perigo para impedir a destruição dos recursos naturais, onde grande parte das vezes se inserem as suas próprias terras, casas e meios de subsistência.

O mais recente relatório da ONG Global Witness indica que, só em 2020, morreram 227 ativistas – o maior número até ao momento. Trata-se de uma média de mais de quatro pessoas mortas por semana, o que levou a organização a nomear o ano passado como “o mais perigoso de que há registo”.

Mais de metade dos ataques mortais ocorreram apenas em três países, na Colômbia (65 mortes), no México (30 mortes) e nas Filipinas (29 mortes). Outros países também afetados foram o Brasil, com 20 mortes, e as Honduras, com 17 mortes. Importa ainda referir que, mais de um terço dos ataques foi contra povos indígenas, e que no Brasil e no Peru, três quartos dos ataques ocorreram na floresta Amazónia.

Observando uma análise do número de mortes que têm vindo a ocorrer desde 2012, conclui-se que nos últimos 8 anos registou-se um total de 1539 mortes.

Relativamente às causas defendidas pelos ativistas, cerca de 70% correspondia à desflorestação e ao desenvolvimento industrial, e 30% estava ligado à exploração de recursos, como a extração madeireira, a mineração e a exploração agrícola.

“À medida que a crise climática se intensifica, a violência contra aqueles que protegem as suas terras e o nosso planeta também aumenta. Ficou claro que a exploração irresponsável e a ganância que impulsionam a crise climática também estão a gerar violência contra os defensores da terra e do meio ambiente”, afirma a ONG em comunicado.

Como tal, a Global Witness sugere que os governos, as Nações Unidas, a Comissão Europeia, as empresas e os investidores têm um papel crucial nesta situação, e como tal, devem fazer os possíveis para proteger os direitos humanos e responsabilizar quem pratica estes atos criminosos.





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