MUBi quer compromisso e empenho político na mudança do paradigma da mobilidade



Celebra-se hoje o Dia Mundial da Bicicleta, data implementada pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de sensibilizar para os benefícios que existem em andar de bicicleta, bem como promover a sua utilização como meio de transporte ou lazer.

Neste dia, a MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, apela a um compromisso e empenho político na mudança do paradigma da mobilidade, incentivando à utilização da bicicleta como uma opção de mobilidade viável, segura e confortável para muitos mais portugueses, em alternativa ao uso do automóvel particular. Como defendem, “a bicicleta é o modo de transporte energeticamente mais eficiente e, a seguir ao caminhar, o mais ecológico”.

A Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável (ENMAC) 2020-2030 foi implementada com o objetivo de que a taxa de utilização da bicicleta como modo de transporte em Portugal esteja alinhada com a média europeia, no entanto, para que as suas metas sejam cumpridas até 2025, 4% das deslocações nas cidades deverão ser feitas em bicicleta, o que corresponde a multiplicar por dez a utilização da bicicleta nas duas áreas metropolitanas face a 2017, explica a MUBi. Neste ano, a quota modal era de 0,4% na Área Metropolitana do Porto e de 0,5% na Área Metropolitana de Lisboa.

A Associação aponta ainda que devem ser feitos maiores investimentos nos transportes públicos, que por sua vez, devem estar articulados com os modos ativos de deslocação. Devem existir “redes de percursos seguros e confortáveis a pé e em bicicleta em redor das estações e interfaces de transportes públicos”.

Outro ponto necessário é a mudança da cultura da mobilidade. “As crianças portuguesas precisam de recuperar o direito à liberdade e autonomia de usarem o espaço público onde vivem em segurança, incluindo poderem aceder a pé e em bicicleta à escola. Mas é igualmente necessário educar públicos diferenciados acerca dos benefícios dos modos activos e dos prejuízos da dependência e utilização excessiva do transporte motorizado individual”.

Deve ainda aumentar a fiscalização da condução automóvel e a aplicação de medidas que visem assegurar a proteção e a segurança das pessoas que andam a pé ou de bicicleta. Os municípios portugueses têm também um papel importante, tendo a possibilidade de desenvolver Planos de Mobilidade Urbana Sustentável, que priorizem os modos ativos e coletivos de deslocação em detrimento da utilização do automóvel.

A bicicleta fica bem nos discursos políticos, mas isso não chega. É preciso que os decisores políticos, nacionais e locais, passem das palavras à acção. Privilegiar a utilização da bicicleta e o caminhar nas políticas urbanísticas e de mobilidade, em detrimento do automóvel, é das formas mais fáceis e eficientes de reduzirmos o consumo de combustíveis fósseis e as emissões. Ao mesmo tempo estaremos a contribuir para a saúde pública, a economia das famílias e cidades mais seguras, resilientes e sustentáveis”, sublinha Rui Igreja, dirigente da MUBi.





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