Multinacional de bebidas Diageo falha sete dos oito objectivos de sustentabilidade
A multinacional de bebidas Diageo, que comercializa marcas como Guinness, Smirnoff, Johnny Walker, J&B ou Baileys, não cumpriu sete dos oito objectivos de sustentabilidade a que se comprometeu em 2007, segundo o seu relatório anual lançado em Agosto.
Neste período de sete anos (2007-2014), a empresa reduziu o consumo de água em 3,1%, quando o esperado é que esta redução chegasse aos 60%. Outras áreas mostraram alguns progressos, mas muito longe das expectativas iniciais: as emissões de carbono desceram 33,3%, quando o objectivo era chegar aos 50%; e os níveis de desperdício de água caíram 45,3%, quando deveriam ter chegado, também aos 50%. Aliás, a própria empresa chegou a confessar que tinha atingido esta percentagem.
“Com estes resultados, não admira que os consumidores e o público não acreditem nos compromissos das empresas”, escreveu hoje o Guardian. De acordo com Marilyn Croser, directora da CORE Coalition, network da sociedade civil cujo objectivo é melhorar a prestação de contas das empresas, “a velocidade da mudança é lenta e o problema cada vez mais urgente.”
Já a Friends of the Earth Escócia é mais drástica na avaliação dos resultados da Diageo. “São miseráveis”, explicou no Guardian.
David Croft, director global de sustentabilidade da Diageo, insiste que os objectivos da empresa são desafiadores. “Podíamos ter colocado objectivos que facilmente seriam atingidos, mas o que estamos a fazer é perceber a ciência num contexto mais abrangente. Ou seja, [queremos saber] para onde estão a ir as alterações climáticas”, referiu.
É certo que há empresas com objectivos de sustentabilidade facilmente atingíveis e, outras, que colocam desafios complexos a si próprias. No entanto, como refere o Guardian, são as próprias empresas – e não os consumidores – que voluntariamente os colocam e publicitam. Afinal, para que servem os planos de sustentabilidade das empresas, se é certo que nunca serão cumpridos?
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