Mundial 2014: FIFA pondera trocar armas por bilhetes, bolas de futebol e camisolas das selecções



A FIFA está a ponderar trocar bilhetes para o Mundial 2014, que se realiza no Brasil, por armas entregues pelos fãs, como porte do plano de desarmamento daquele País. A proposta foi feita pelo Governo brasileiro e está a ser analisada pelo organismo que regula o futebol mundial, mas o Guardian avança que a FIFA estará a ver com bons olhos esta medida.

Segundo o site brasileiro Globo, a FIFA já terá aceitado que o desarmamento seja um dos temas sociais do torneio, mas as iniciativas ainda estão a ser analisadas.

A ideia de trocar bilhetes para o Mundial 2014 por armas partiu do Ministério da Justiça brasileiro, que há 10 anos desenvolve campanhas de desarmamento no País. Hoje, por exemplo, qualquer brasileiro que possui uma arma, registada ou não, pode entregá-la de forma anónima e receber uma indemnização.

“A letalidade das armas de fogo é muito forte, e sabemos que o futebol mobiliza as pessoas. Há muitos anos a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) abre espaço para isso, este ano foram duas vezes. Em Belém, [num jogo recente da selecção brasileira], todos gritaram e aplaudiram com força quando os jogadores abriram uma faixa pedindo o desarmamento”, explicou Cilma Azevedo, assessora parlamentar da rede Desarma Brasil, que reúne mais de 70 ONG que apoiam o desarmamento.

A adopção de temas relevantes do País que organiza o Mundial é uma já tradição. Em 2010, por exemplo, as campanhas foram relacionados com a educação, saúde e, principalmente, com o combate à Sida/Aids, doença que tem forte impacto na África do Sul.

Outra acção proposta passa pela troca de armas por bolas oficiais da competição e camisas autografadas das selecções. Também existe uma ideia de que o aço das armas entregues e destruídas seja utilizado na produção de traves e postes para as balizas dos estádios que receberão jogos do Mundial – e de campos de projectos desportivos da FIFA em todo o mundo.

Renan Filho, do PMDB, disse mesmo que o Mundial brasileiro deveria adoptar, como lema, “Por um mundo sem armas”.

Finalmente, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, lançou uma declaração polémica e infeliz quando questionado, durante uma audiência em que participou esta semana, sobre esta hipótese: “Não direi que vamos trocar todas as armas por bilhetes e ingressos, porque acho que há tantas armas no Brasil que não teríamos a quantidade de bilhetes necessária. Mas incluiremos a campanha no conjunto de campanhas sociais”.





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