Nadar na Natureza é selvagem, mas será mais saudável do que um mergulho numa piscina?



A natação selvagem tem crescido maciçamente em popularidade nos últimos tempos. Nadar ao ar livre não só é uma forma agradável de desfrutar do sol, do ar fresco e das folhas verdes do ambiente, como também pode ajudar a aliviar o stress e a elevar as nossas endorfinas. Isto cria uma sensação de bem-estar, bem como ajuda a queimar calorias e a exercitar os músculos.

Mas, “juntamente com os prazeres da natação ao ar livre, surgem alguns perigos”, alerta a “Science Alert”. “Não só os nadadores selvagens correm mais riscos devido às marés, correntes e ondas, como também podem existir insetos e bactérias desagradáveis à espreita na água. E com os esgotos não tratados que correm regularmente para mares, rios e lagos por todo o país, pode ser difícil encontrar um local seguro para uma raquete”, sublinha.

Segundo a mesma fonte, “naturalmente, nadar numa piscina vem com o seu próprio conjunto de riscos. Infeções do trato urinário, infeções dos ouvidos, e insetos da barriga são as doenças mais comuns apanhadas aqui”. As piscinas sujas “também podem causar picadas nos olhos e abrigar todo o tipo de bactérias e germes – incluindo urina, fezes e suor”. Em muitos aspetos, as piscinas são como um “grande banho cheio de muitos estranhos”.

Mas embora seja evidente que nadar em águas exteriores acarreta riscos diferentes de nadar numa piscina, a resposta à questão “onde é mais seguro nadar” pode não ser imediatamente óbvia. Então, onde é mais limpo para um mergulho: piscinas, ou rios, lagos, canais, e o mar?, questiona. “Vejamos as provas”, diz a “Science Alert”.

Águas tóxicas

Segundo a mesma fonte, ao contrário das piscinas onde as águas são cuidadosamente monitorizadas, as águas exteriores estão em constante mudança na sua composição. Isto significa que os produtos químicos podem lixiviar para águas selvagens de explorações agrícolas ou áreas industriais próximas, os animais podem defecar na água, e em certas áreas os esgotos humanos podem ser legalmente ou de outra forma despejados na água (se conseguir ver tubos, não entrar).

Pode não haver sinais de aviso de perigos locais, e a presença de agentes tóxicos pode não ser óbvia. Quando em dúvida sobre a segurança química das águas exteriores, é melhor não entrar nelas. Se a água não parecer ou não cheirar bem, confie no seu instinto.

Há também perigos naturais para as águas exteriores em comparação com as piscinas, especialmente no Verão. As algas azuis-esverdeadas são um tipo de bactérias naturalmente encontradas nos ecossistemas lacustres. Nos verões quentes, as algas tendem a multiplicar-se e a formar uma escória verde-pó (conhecida como floração) na superfície do lago. Esta floração de algas verde-azuladas pode libertar toxinas que são prejudiciais para os seres humanos e ocasionalmente letais para os animais de estimação.

Nadar ou engolir água contendo algas que libertam toxinas pode levar a erupções cutâneas, irritação ocular, grave perturbação gastrointestinal, febre, e dores musculares e articulares.

Bactérias e vírus

A diarreia é a doença mais comum ligada à natação em águas abertas, muitas vezes devido à contaminação dos esgotos. Fica doente se engolir água contaminada, que pode conter bactérias e vírus tais como E.coli e Norovírus.

Os ratos que vivem nos esgotos adjacentes a rios ou canais de água doce também podem transportar na sua urina o patogénio bacteriano Leptospira, que causa a Leptospirose (doença de Weil). A infeção ocorre se o solo ou a água de um lago, rio ou canal que contém urina de animais infetados é engolido, entra nos olhos de um nadador ou é cortado.

A leptospirose pode causar danos no fígado e nos rins, e pode ser fatal se não for tratada. Se desenvolver sintomas de gripe ou icterícia até duas semanas após nadar num rio ou canal, pode ser uma boa ideia pedir ao seu médico um teste de Leptospirose.

Quanto ao mar, um estudo de 2018 descobriu que as pessoas que nadavam em água do mar tinham mais probabilidades de sofrer infeções do ouvido, nariz, garganta, e sistema gastrointestinal do que as que ficavam na praia. Por isso, é uma boa ideia lavar após nadar em quaisquer águas exteriores, e certamente antes de comer comida.

O veredicto

Quando se soma tudo isto, mesmo com a possibilidade de as pessoas urinarem e fazerem cocó na piscina, uma piscina gerida será sempre um ambiente mais seguro para um mergulho. Especialmente quando se consideram coisas como picadas de medusas e os riscos adicionais que advêm de nadar em água fria.

Em comparação com uma piscina, os nadadores selvagens tendem a não nadar em águas exteriores, uma vez que haverá sempre micróbios potencialmente causadores de doenças presentes.

A água da piscina, com níveis adequados de desinfeção com cloro e manutenção do pH, é muito menos suscetível de conter microrganismos infeciosos, representando assim um ambiente muito mais seguro para a natação recreativa. Lesões e afogamentos são também muito menos prováveis em piscinas onde estão presentes nadadores-salvadores e equipamento de segurança treinados.

“Talvez, então, uma piscina gerida ao ar livre ofereça o melhor de dois mundos – um mergulho com o Sol nas suas costas num ambiente sanitário”, conclui a “Science Alert”.





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