Nemátodo continua a matar pinheiros “de forma incontrolável”



O Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP) continua a ser uma ameaça para os pinheiros portugueses, estando a alastrar “de forma incontrolável”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF). Entre 2009 e 2010, foram eliminados 2,3 milhões de pinheiros infectados, sendo a região centro a zona mais afectada.

O primeiro foco da doença apareceu há cerca de dez anos, na Península de Setúbal, mas as medidas tomadas não foram eficazes e está a viver-se “uma situação gravíssima», continuou Vasco Campos, especialmente nos concelhos de Penacova, Tábua, Oliveira do Hospital e Santa Comba Dão. O perímetro florestal do Buçaco, a Mata Nacional de Valado de Frades, na Nazaré, e o Juncal, em Porto de Mós, são alguns dos locais emblemáticos já afectados.

“As pessoas não cortam as árvores infectadas em devido tempo, não fazem as alterações florestais que deveriam e isso ajuda à progressão rápida da doença”, acusou o responsável, apontando a idade avançada de alguns proprietários e a reduzida dimensão das parcelas como algumas das causas para a “tragédia”. Para Vasco Campos, “a floresta de pinheiro bravo da Beira Interior está condenada a médio prazo” e, “no resto do país, será uma questão de tempo”.

A eliminação de árvores coníferas hospedeiras do NMP incidiu no último ano uma área de 600 mil hectares, dos quais cerca de 211 mil são ocupados por pinheiro bravo. A recolha de amostras para detectar a presença da doença incide agora nas áreas florestais adjacentes às atingidas pelos incêndios do passado Verão, mais susceptíveis à colonização pelo insecto que transporta o verme microscópico responsável pela contaminação das árvores, sobretudo ao nível da copa e ramos, e seu posterior declínio.

Segundo o Diário de Notícias, o Ministério da Agricultura negociou com as associações do sector o lançamento de outras medidas para atacar a doença, incluindo a marcação e remoção de árvores contaminadas e a instalação de armadilhas para monitorização do insecto-vector, tanto nas áreas afectadas como “zonas tampão”. O objectivo é cobrir uma área potencial de 400 mil hectares de floresta de pinheiro bravo.

Em Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, realizou-se, na passada semana, um seminário sobre o tema, que teve como objectivo sensibilizar e esclarecer produtores, associações e empresas. Na região, ainda não foi detectado qualquer foco da doença, mas o concelho situa-se numa zona de pinhal e é importante prevenir os agentes do sector.





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