Nick Reding: o actor britânico que abandonou a carreira para se dedicar às causas humanitárias



Em 2000, Nick Reding estava em Los Angeles a promover um dos últimos trabalhos, quando foi apresentado a Shaffiq Essajee, um pediatra queniano. Na altura, o actor britânico não sabia que este encontro iria mudar o rumo da sua vida radicalmente.

No início do novo século, Reding estava já estabelecido no mundo do espectáculo, com uma carreira de mais de 20 anos. “Depois de todos aqueles anos de palco, não me sentia muito preenchido”, explicou o antigo actor ao Financial Times.

Quando Reding conheceu Essajee, o pediatra estava a trabalhar como professor assistente no Centro Médico da Universidade de Nova Iorque, mas regressaria em breve à sua cidade natal de Mombaça para estabelecer uma unidade de VIH especializada em crianças, no hospital público local. Rapidamente, o actor começou a ajudar o pediatra na aquisição do equipamento médico necessário para montar o novo laboratório. Porém, Reding e Essajee deram-se tão bem que o actor trocou o regresso a Londres por uma viagem com o pediatra até Mombaça, onde viveu com a família de Essajee até a unidade estar instalada.

“O que mais me impressionou quando estive no Quénia foi a falta de educação ao nível da saúde pública”, afirma Reding, explicando que o desconhecimento da maior parte da população sobre o VIH não era beneficiado pelas crenças de feitiçaria e maldições.

Foi então que se apercebeu que o teatro poderia ser uma boa maneira para combater a desinformação e preconceitos sobre a doença. “Precisávamos de entreter as pessoas e fazê-las rir enquanto transmitíamos a informação necessária”, conta. Depois de a unidade de VIH especializada para crianças estar operacional, Reding decidiu continuar em Mombaça, onde se concentrou em montar uma pequena companhia de teatro.

Essajee e outros médicos do hospital foram então trabalhar com Reding, dando-lhes formação sobre o VIH. Lentamente, Reding construiu uma organização não-governamental, a SAFE (Sponsored Arts for Education), da qual é fundador e director-executivo.

A SAFE foca-se principalmente em educar as pessoas sobre o vírus da Sida, mas também aborda questões como a mutilação genital feminina, a violação e malnutrição através do teatro. A organização possui actualmente três delegações: em Nairobi, Mombaça e Loita Hills.

Foto:  Guilherme Jófili / Creative Commons





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