Nova fonte de energia limpa pode estar na lua



Nos anos 70, astronautas da Apollo trouxeram para a Terra cerca de 400 kg de rocha da Lua. Quinze anos depois, cientistas da Universidade de Wisconsin descobriram quantidades significativas de hélio-3, um isótopo estável de hélio, na superfície lunar.

Este tipo de hélio-3 tem uma característica: falta-lhe um neutrão e, com isso, pode ser usado em reactores de fissão nuclear para produzir energia limpa. O problema é que as fontes abundantes deste isótopo estão a milhares de quilómetros de distância, na Lua.

Os reactores nucleares actuais usam reactores de fissão, dividindo núcleos de urânio para a libertação de energia. Este calor transforma água no vapor que move turbinas para a produção de electricidade. Infelizmente, a radioactividade é um subproduto desta reacção, assim como o combustível perdido reprocessado em urânio e plutónio e o lixo radioactivo.

Segundo a Environmental News Network, os cientistas estão a estudar numa forma alternativa, a energia de fusão nuclear.  É aqui que entra o hélio-3 que, como combustível deste tipo de reacção, pode fornecer energia sem radioactividade e subprodutos nucleares.

Os reactores de fusão alimentados por trítio e deutério – ambos isótopos do hidrogénio – perdem mais energia do que produzem, tornando-os fontes pobres de produção de energia. Mas as reacções de fusão com hélio-3 e deutério, que criam o hélio mais abundante e um protão sem um neutrão, perdem menos energia. Mas é o protão que importa: manipulá-lo em um campo eléctrico produz energia. O processo de fusão com o hélio-3 tem eficiência de 70% se comparada ao carvão e gás natural, que têm eficiência de apenas 20%.

O problema é que toda a reserva de hélio-3 dos Estados Unidos não chega aos 40 kg, quando um País desse tamanho precisaria de, pelo menos, 25 toneladas por ano.

Este artigo foi corrigido e actualizado com a ajuda de vários leitores. A todos eles, um obrigado.





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