Novas espécies de marsupiais suicidas descobertas na Austrália
Uma equipa de investigadores australianos descobriu duas novas espécies do género Antechinus, cujos animais são vulgarmente conhecidos como ratos-marsupiais-australianos. Porém, as novas espécies podem estar já ameaçadas de extinção, quer seja pelos seus hábitos sexuais suicidas, quer pela desflorestação e perda de habitat.
Os machos destas novas espécies vivem apenas cerca de um ano, atingindo a maturidade muito rapidamente. Todos os anos, durante a época de acasalamento, grande parte dos machos desta espécie morre, devido aos seus comportamentos suicidas.
Durante este período de reprodução, os machos experienciam um aumento exponencial de testosterona que os impulsiona a acasalar freneticamente. As sessões de acasalamento podem durar mais de 14 horas. Como a época de acasalamento dura algumas semanas, o sistema imunitário dos machos deixa de funcionar devido à exaustão do organismo e os animais acabam por morrer, escreve o Tree Hugger.
Inicialmente, os cientistas pensavam que este comportamento suicida era um acto de altruísmo, em que os machos, ao morrer, deixavam mais recursos alimentares para as fêmeas grávidas e futura descendência. Agora, os investigadores consideram que este comportamento é uma forma para superar a competição com outros machos e dispersar o seu ADN o mais possível.
Mas estes animais não são os únicos numa missão frenética: os cientistas estão também desejosos de que todos os animais do género Antechinus sejam classificados como ameaçados, para que o seu habitat seja protegido. Depois do comportamento suicida natural dos animais, a destruição de habitat é o maior perigo que está a empurrar o rato-marsupial-australiano para a extinção. Estes animais são bastante selectivos no seu habitat: apenas habitam em florestas isoladas que sejam frescas e elevadas, o que o coloca em maior risco.
Caso estes animais desapareçam outras espécies vão sofrer consequências. Algumas plantas são polinizadas com a ajuda deste marsupial e se estes desaparecer também estas plantas correm o risco de se extinguir.
Foto: Patrick_K59 / Creative Commons