Novembro de 2022 foi o nono mais quente dos últimos 143 anos

Depois de um verão abrasador, com temperaturas que bateram recordes em muitas regiões e países do mundo, o mês de novembro também foi demasiado quente para o que seria de esperar para esta altura do ano.

De acordo com a agência meteorológica e oceânica dos Estados Unidos (NOAA), o mês passado foi o nono novembro mais quente dos últimos 143 anos, a nível global. Ainda assim, foi o novembro mais fresco desde 2014. Nos polos Norte e Sul, também se registou uma cobertura de gelo marinho das dez mais reduzidas desde que há registos.

A média da temperatura de superfície em terra e no mar a nível global em novembro ficou 0,76 graus Celsius acima da média do século XX, sendo que o novembro de 2022 foi o 46.º novembro consecutivo em que as temperaturas mensais estiveram acima dessa média.

Diz também a NOAA que na América do Sul, na Ásia e em África, o mês anterior ficou entre os 20 novembros mais quentes de sempre.

Em Portugal continental, segundo o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), este mês de novembro foi o quinto mais quente desde que há registo, com uma temperatura média do ar de 13,3 graus Celsius, um valor 0,93 graus acima do “normal”, e o quarto valor mais alto desde o ano 2000.

Quanto à chuva, que por estes dias tem caído em manifesta abundância, os meteorologistas dizem que “o mês de novembro foi chuvoso”, com a precipitação a ficar 127% acima do valor normal. Nos dias 3, 8 e 24, os períodos de chuva foram especialmente fortes e persistentes nas regiões do Norte e do Centro do continente, ultrapassando em cerca de duas vezes o valor médio mensal.

Contudo, no Sul “os valores mensais foram, em geral, inferiores ao valor médio”, pelo que os impactos da seca severa que se fizeram sentir durante os meses de verão não podem ainda ser excluídos da equação.

Quanto ao contexto europeu, o IPMA diz que o mês passado foi o novembro mais quente desde que há registo, tendo sido superiores à média na maior parte dos países da Europa, “em especial na parte oeste, sudeste e extremo norte do continente”.

O boletim climatológico destaca ainda que “as temperaturas também foram excecionalmente amenas na Gronelândia e nos mares do norte da Europa”, mas em algumas regiões da Rússia “as temperaturas foram inferiores à média”.