Novo aeroporto de Lisboa e as dúvidas ambientais
Em comunicado, a ZERO diz que é necessário haver uma discussão estratégica sobre o novo aeroporto do Montijo e não “decisões ilegais e precipitadas com prejuízos graves para as populações e para o ambiente”.
A associação ambiental indica que tem vindo a pronunciar-se sobre a necessidade de haver uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) que suporte a discussão pública e a decisão sobre o futuro das infraestruturas aeroportuárias que servem Lisboa. A 21 de agosto, a ZERO enviou uma queixa formal à Comissão Europeia e, diz a associação, “não descarta a possibilidade de recorrer aos Tribunais nacionais, encontrando-se neste momento a estudar a instauração de uma ação judicial.”
Segundo a ZERO, o que está em causa não são as localizações dado que não está a favor ou contra nenhuma das opções de localização. A questão diz respeito às recentes declarações públicas sobre o tema. Segundo a ZERO, é “já claro que a eventual transformação da atual Base Aérea nº 6 no Montijo num aeroporto civil implicará necessariamente uma expansão do aeroporto Humberto Delgado que deveria ser avaliada em conjunto, e que uma avaliação de impacte ambiental apenas relativa à primeira infraestrutura não faz sentido”.
Questões e dúvidas
Assim, a associação tem várias questões sobre o novo aeroporto, nomeadamente relativamente ao aeroporto Humberto Delgado que não permite respeitar os limites de ruído fixados pela legislação nacional e recomentados pela Organização Mundial de Saúde. As questões dizem respeito ao ruído provocado tanto pelo atual aeroporto Humberto Delgado como pelo futuro aeroporto no Montijo, a necessidade de impor restrições aos voos durante períodos críticos como a noite e o potencial crescimento exponencial de turismo que irá aumentar o tráfego aéreo. Por outro lado, se o país quer ser neutro do ponto de vista do carbono, o aumento do uso dos combustíveis fósseis pelos aviões que chegam e vão irão ter um impacto tremendo neste objetivo.