Novo Governo sueco vai promover energia nuclear para produção de eletricidade



O novo Governo sueco, formado por uma coligação de direita com apoio da extrema-direita, anunciou hoje um plano de construção de novos reatores nucleares para satisfazer as necessidades de eletricidade da Suécia.

“Serão construídos novos reatores nucleares”, disse a líder do partido democrata-cristão, Ebba Busch, numa conferência de imprensa de apresentação do acordo de Governo, citada pela agência francesa AFP.

A Suécia tem três centrais nucleares, com um total de seis reatores em funcionamento, que produzem cerca de 30 por cento da eletricidade consumida no país, de acordo com a Autoridade Sueca de Segurança Radioativa.

Nos últimos anos, o país escandinavo, com pouco mais de 10 milhões de habitantes, fechou seis dos seus 12 reatores.

A guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro deste ano, levou a Europa a tomar medidas de poupança de energia e a diversificar as suas fontes energéticas, dada a excessiva dependência de fornecimentos russos.

No início deste mês, o Governo sueco deu instruções aos organismos do Estado para adotarem planos de poupança energética e elaborarem relatórios periódicos sobre os consumos de energia.

“Os preços da eletricidade deverão ser os mais altos da Suécia neste inverno”, justificou o executivo ainda liderado pela social-democrata Magdalena Andersson.

Numa publicação na página do Governo, o executivo referiu que “os preços elevados não são exclusivos da Suécia”.

“Na Europa, os preços da eletricidade e do gás estão a subir, atingindo duramente o público. No período que antecede o próximo inverno, é crucial reduzir a utilização de todos os tipos de energia. Todos os países precisam de contribuir para esta redução”, acrescentou.

As medidas de poupança, válidas inicialmente até março de 2023, incluem a substituição das atuais fontes de iluminação por alternativas mais eficientes e a redução da temperatura ambiente em 1-2 graus Celsius.

De acordo com o Governo, a Suécia tem uma dependência relativamente baixa dos fornecimentos energéticos da Rússia.

“Apenas dois por cento do fornecimento total de energia sueco é constituído por gás natural, e estima-se que metade deste poderá vir atualmente da Rússia”, segundo uma publicação do Governo.

Em termos de petróleo, os fornecimentos russos representaram cerca de oito por cento do total das importações suecas em 2021.

O novo Governo será formado pelos três partidos de direita, Moderados, Democratas-Cristãos e Liberais, e terá o apoio parlamentar do partido Democratas Suecos, de extrema-direita.

O acordo foi anunciado hoje pelo líder do Partido Moderados, Ulf Kristersson, que foi indigitado para formar o executivo.

O bloco de direita ganhou as eleições legislativas de 11 de setembro, conquistando 176 lugares contra 173 do centro-esquerda da primeira-ministra Magdalena Andersson.





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