Número de patentes “verdes” disparou nos últimos cinco anos em Portugal
Os dados do Instituto de Patentes Europeu compilados por Sandro Mendonça e Ana Fernandes, do Sustainability Knowledge Center do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), revelam que Portugal registou, em média, 21,6 patentes “verdes” por ano, entre 2007 e 2011, nos diferentes institutos de registo de patentes, nacionais ou internacionais.
De acordo com o Expresso, desde o início da década passada que Portugal tem vindo a crescer neste domínio, mas a grande explosão aconteceu nos últimos cinco anos, tendo-se registado um salto de quase cinco vezes face às 4,6 patentes anuais registadas no período 2000-2006.
“O coeficiente de inteligência das exportações tem aumentado”, sublinha Sandro Mendonça. Para o economista, esta evolução das patentes, conjugada com outros indicadores, traduz-se numa maior produção de conhecimento da economia nacional e, a prazo, num aumento do crescimento potencial.
Uma outra tendência identificada foi a da internacionalização. Nos últimos dez anos, um terço das patentes publicadas foi o resultado de cooperação com inventores estrangeiros.
A partir de 2000 passou a haver também uma crescente participação das universidades e das empresas, cuja intervenção nesta área já tinha começado a aumentar a partir dos anos 80.
Universidades e empresas conseguiram fatias de 20% do total de patentes registadas no período 2007-2011. Os restantes 60% foram responsabilidade de inventores individuais.
Segundo a definição da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), patentes “verdes” é tudo o que tem a ver com gestão de resíduos (lixo), redução de poluição, energias renováveis, carros híbridos/eléctricos ou eficiência energética.
Recorde-se que a primeira patente portuguesa foi registada em 1908 em França, por José Henriques Seabra. Tratava-se de um dispositivo para a utilização da energia das marés.