Nutrição: a vida sem sal não seria possível
O sal tem sido diabolizado, por estar muito associado a doenças cardio-vasculares, mas é importante ter presente a ideia de que precisamos dele para viver. O problema está nas quantidades que ingerimos: segundo a OMS consumimos o dobro do que deveríamos.
O sal, ainda que em quantidades pequenas, é fundamental para a vida. “Se deixássemos de o ingerir, morreríamos, pois o cloreto de sódio, o nome por que é designado cientificamente, tem um papel insubstituível no funcionamento das células” – quem o diz é Daniel Closa, investigador do CSIC, Instituto de Investigações Biomédicas de Barcelona.
O problema com o sal está na regulação do seu consumo. Traçar a linha que separa a necessidade do excesso é uma dificuldade acrescida pelo facto de o sal ser muito viciante, pois tem um efeito determinante no sabor dos alimentos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a população adulta deveria consumir cinco gramas de sal por dia, mas o que acontece na realidade é algo bem diferente. A presença de sal em praticamente tudo o que comemos faz com que seja muito fácil cair em excessos.
Especialistas da OMS calculam que no mundo ocidental, em média se consome 10-12 gramas/dia, ou seja, o dobro e, nalguns casos, quase o triplo do que devíamos. Os mesmos especialistas referem que se o consumo de sal baixasse para níveis saudáveis, evitar-se-ia um em cada quatro casos de acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Para regular o efeito do excesso de de sal no organismo, o consumo de água é, diz Daniel Closa ao El Mundo, determinante: “As pessoas mais velhas costumam beber menos água porque perdem o reflexo da sede. Em consequência, aumenta o aporte de sal”. Contrariar esta tendência é importante para estabelecer o equilíbrio.