O calor torna a vida na cidade mais difícil para a vida selvagem nativa



As alterações climáticas podem agravar os efeitos da urbanização na vida selvagem nativa, sugere um artigo publicado na revista Nature Ecology & Evolution. As conclusões baseiam-se em dados de armadilhas fotográficas que abrangem 725 locais em 20 cidades norte-americanas.

Segundo a mesma fonte, as áreas urbanas estão a expandir-se em tamanho e em população em todo o mundo e “podem influenciar a distribuição e a diversidade das espécies de vida selvagem”. Existem interações complexas entre as características de uma cidade e os animais que nela vivem.

As cidades variam em termos de dimensão, densidade populacional humana, ocupação do solo, idade de desenvolvimento e clima; as comunidades de vida selvagem variam em termos de composição de espécies e de características de cada espécie, incluindo a sua dimensão, área de residência e dieta. O impacto das alterações ambientais multiescala nas comunidades de vida selvagem “não é bem compreendido”.

Jeffrey Haight e colegas utilizaram dados de 725 armadilhas fotográficas para avaliar a composição das comunidades de mamíferos nativos nas cidades e a ocupação relativa de cada espécie.

As armadilhas fotográficas cobriram 20 cidades da América do Norte, incluindo Chicago, Los Angeles, Atlanta e Austin, nos EUA, e Edmonton, no Canadá.

Os autores identificaram 37 espécies de mamíferos nativos a partir das imagens, incluindo ursos negros, esquilos, pumas e veados de cauda branca. E descobriram que a ocupação e a diversidade de espécies estavam mais negativamente relacionadas com a urbanização em cidades mais quentes e menos arborizadas.

Por exemplo, Sanford, na Florida, que tem mais vegetação do que outras cidades com uma temperatura semelhante, suportava uma comunidade de mamíferos mais diversificada do que Phoenix, no Arizona, que tem menos vegetação.

Em geral, verificou-se uma menor diversidade de espécies nas áreas mais urbanizadas de uma cidade (aquelas com uma maior percentagem de cobertura de superfície impermeável) e em cidades mais urbanizadas, e este efeito negativo foi mais forte para os mamíferos maiores do que para os mais pequenos.

Os autores concluem que os contextos ambientais regionais “devem ser considerados ao avaliar os efeitos da urbanização nas comunidades locais de vida selvagem”.





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