O canto das baleias pode ajudar a mapear a crosta oceânica

A baleia-comum (Balaenoptera physalus) tem um canto que é considerado dos mais fortes, dado que pode ser detetado a grande distância.

Uma equipa de cientistas da Oregon State University baseou-se nesta característica para estudar de que forma estas vocalizações poderiam ajudar nos estudos sismológicos. “No passado, as pessoas usavam o canto das baleias para rastreá-las e estudar o seu comportamento. Achámos que talvez pudéssemos estudar a Terra usando essas chamadas”, explica John Nabelek, um dos autores do estudo.

O estudo, agora publicado na revista Science, indica que o canto da baleia-comum pode servir como complemento, em situações que os métodos de pesquisa científica tradicionais não estejam disponíveis, para mapear a densidade da crosta oceânica.

Os cientistas analisaram os dados dos sismómetros relacionados com o canto destes animais no Oceano Pacífico. “O canto das baleias reflete entre a superfície e o fundo do oceano. Parte da energia das chamadas é transmitida pelo solo como uma onda sísmica. A onda viaja através da crosta oceânica, onde é refletida e refratada pelo sedimento do oceano, a camada de basalto abaixo dela e a crosta gabróica inferior. Quando as ondas são registadas no sismómetro,  podem fornecer informações que permitem aos investigadores estimar e mapear a estrutura da crosta”, explicam em comunicado.

“Isto demonstra que essas vocalizações dos animais são úteis não só para entender os animais, mas também para entender o seu ambiente”, conclui o especialista.