O estranho caso de um armazém cheio de bicicletas apreendidas pela polícia de Nova Iorque
Cerca de 18 meses depois do furacão Sandy ter inundado Nova Iorque, centenas de bicicletas continuam a apanhar ferrugem num armazém obscuro de Brooklyn.
As bicicletas – apreendidas pelo Departamento da Polícia de Nova Iorque (NYPD, na sigla inglesa), por várias razões nos meses e anos anteriores ao furacão – permanecem por reclamar. Um tribunal de Nova Iorque decretou que armazém fosse encerrado pela própria NYPD na sequência dos estragos provocados pelo furacão. O tribunal não decretou, porém, quando é que o armazém poderia ser reaberto e, consequentemente, não se sabe quando é que estas bicicletas podem vir a ter uma nova vida.
O destino destas bicicletas não teria atraído a atenção da imprensa não fosse uma bicicleta vermelha Nishiki estar entre as centenas que se encontram no espaço. A bicicleta em questão era a do artista Mathieu Lefevre, que foi atropelado e morto por um camião em 2011 enquanto se deslocava de bicicleta, refere a Atlantic Cities.
Desde então, os pais do artista iniciaram uma batalha com a NYPD para que as autoridades libertem as provas ligadas à morte do filho e acusam a polícia de ter conduzido uma investigação desleixada. Mas, a bicicleta vermelha, que a família quer utilizar como prova para processar o condutor do camião que atropelou o artista continua apreendida no armazém.
Tal como esta bicicleta vermelha (na foto) estão muitas centenas e a NYPD não apresenta justificação para manter o armazém fechado, impedindo assim que os donos possam reclamar os seus veículos.
A maior parte das bicicletas foram apreendidas durante protestos ou detenções de pessoas. Outras foram retiradas das ruas antes de desfiles presidenciais e outros eventos que requerem medidas de segurança adicionais. Mas também há várias bicicletas que pertenceram a ciclistas que foram mortos ou ficaram gravemente feridos em acidentes.