O milho está mais caro e o culpado é o etanol



O preço do milho está cada vez mais elevado nos mercados internacionais, e o culpado é a produção de etanol nos Estados Unidos, segundo o director-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura).

“A FAO tem criticado a utilização de alimentos para a produção de bioenergia, especialmente o caso [do milho nos Estados Unidos]”, explicou o brasileiro José Graziano da Silva a 64 ministros da agricultura reunidos, este fim-de-semana em Berlim.

Hoje, na bolsa de futuros de Chicago o milho custa quase o triplo de há uma década – €4.760 (R$ 10. 830) o bushel, ou seja, 27 kgs.

“A utilização do milho para o etanol, nos Estados Unidos, está a afectar todo o mundo”, continuou Graziano.

Em relação à produção de etanol com cana-de-açúcar, no Brasil, Graziano da Silva explicou que esta ocupa 3% da terra cultivável, não afectando o preço do açúcar nos mercados internacionais. Na verdade, a produção de biocombustível não afecta necessariamente a segurança alimentar, sobretudo porque há uma grande extensão de terra, utilizada para pastos, que está a ser convertida para colheitas.

Citado pelo Washington Post, o responsável revelou ainda que existem apenas quatro países sul-americanos que podem expandir a sua produção de biocombustíveis sem afectar a segurança alimentar: Argentina, Brasil, Colômbia e Paraguai.

Finalmente, o responsável revelou que os biocombustíveis são uma “promessa”, mas ainda são necessárias muitas inovações tecnológicas para que estes sejam bem sucedidos. Em todo o caso, “a segurança alimentar vem primeiro, essa é a regra”

“A posição que temos, hoje, na FAO, é a de que os cereais não devem ser utilizados para a produção de biocombustíveis”, concluiu o responsável.





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