O monge que vive sozinho no topo de um monólito de 40 metros (com FOTOS)
Para Maxime Qavtaradze, um monge de 59 anos, a solidão não é estranha. Ele é, de resto, uma das pessoas, em todo o mundo, que sabe o que é estar só e longe de civilização, uma vez que vive no topo de uma rocha de 40 metros, onde apenas cabe o seu mosteiro.
A construção tem tanto de bela como de corajosa, enfiada num lugar quase impossível. Maxime, que vive ali há 20 anos, apenas sai de casa duas vezes por semana, socorrendo-se dos fiéis para a sua alimentação e conforto.
Sempre que decide sair de casa, o monge passa 20 minutos a descer a escada que o leva à base do monte Katskhi, na Geórgia, mas nem aí podemos dizer que ele está na civilização, como provam as imagens.
Apesar da idade, Maxime não terá problemas em subir e descer o monólito. Antes de entrar na solidão do mosteiro, ele foi operador de guindaste, por isso não terá medo de alturas. “Aqui em cima, no silêncio, podemos verdadeiramente sentir a presença de Deus”, explica o monge.
Durante todo o ano, as suas únicas visitas são os padres e um grupo de jovens, que o procuram para apoio e ajuda na solidão. As fotos que publicamos hoje foram tiradas por Amos Chapple, que explicou posteriormente ter temido pelo regresso.
O monte Katskhi foi usado por cristãos que viveram no seu topo até ao século XV, para escapar às tentações terrenas. Durante séculos, o mosteiro esteve abandonado e os locais apenas puderam olhar para as ruínas misteriosas.
Finalmente, em 1944, um grupo liderado pelo alpinista Alexander Japaridze documentou a primeira subida ao topo do monte, descobrindo as ruínas de uma capela e o esqueleto de um antigo habitante.
Foi em 1993 que Maxime decidiu reformar o antigo mosteiro e por lá viver. “Quando era jovem bebia, vendia drogas, tudo. Acabei na prisão e percebi que era altura de mudar”, explica o monge.
Nos primeiros dois anos, Maxime viveu numa antiga sala de armazenamento para se proteger do clima frio. Depois, a comunidade cristã construiu uma escada, reconstruiu a igreja e acrescentou uma casa, onde Maxime passa os seus dias a rezar, ler e “preparar-se para conhecer Deus”. Agora, existe uma comunidade religiosa na base do monólito.