O peixe-gelo tem sangue transparente



Este animal, que vive a cerca de 975 metros de profundidade das águas frias e escuras em torno da Antárctica, pode parecer um peixe comum à primeira vista, mas faltam-lhe duas características que a maioria dos outros peixes têm: hemoglobina e escamas.

A falta de hemoglobina torna o seu sangue transparente como a água, o que o diferencia de praticamente todos os outros seres vivos com esqueleto – isto porque a medula óssea produz glóbulos vermelhos.
O Tokyo Sea Life Park, em Tóquio, é o único aquário no mundo que tem esta espécie em cativeiro – um casal que gerou descendência no início deste ano.

Os cientistas esperam que estes espécimes ajudem a perceber de que forma o peixe consegue sobreviver sem a hemoglobina, capaz de transportar o oxigénio para as suas células, avança o TreeHugger.

É possível, segundo o que alguns especulam, que o coração anormalmente grande do animal ajude a transportar o oxigénio no corpo, usando para isso o plasma do sangue em vez da hemoglobina. Além disso, não tendo escamas, o peixe consegue absorver algum oxigénio directamente através da pele – as frias águas polares são mais ricas em oxigénio do que as águas mais quentes.

As profundezas do oceano são ricas em vida marinha peculiar, desde a lula gigante às anémonas translúcidas do mar. Os investigadores acreditam que a vida no fundo do mar em torno das chaminés hidrotermais possa ter surgido após a última extinção em massa na Terra, há 65 milhões de anos, quando o impacto de um meteorito gigante matou dinossauros e outros animais.

Mas o mistério que envolve a falta de hemoglobina do peixe-gelo pode levar anos a ser desvendado. “São necessários mais estudos sobre esta questão”, defende o especialista Satoshi Tada.





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