O setor da segurança como elemento-chave no caminho para a sustentabilidade



Por Alberto Alonso, Solution Engineer da Axis Communications

Os fenómenos climatéricos adversos que vários países estão a registar recordam-nos que as alterações climáticas continuam bem presentes. De facto, a recente avaliação feita durante a COP28 revelou que ainda estamos longe de alcançar o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1.5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

Enfrentar este e outros desafios relacionados com a sustentabilidade é responsabilidade de todos. Cada vez mais são as empresas quem assume este ambicioso objetivo, e as novas tecnologias – incluindo as relacionadas com a segurança – tornaram-se um verdadeiro aliado estratégico neste sentido.

Contudo, será necessário que as empresas escolham fornecedores fiáveis – aqueles que desenvolvem produtos para minimizar o impacto ambiental e, naturalmente, demonstram um comportamento ético em todos os aspetos da sua conduta. Não podemos esquecer que a sustentabilidade é um conceito muito amplo que, para além do planeta, inclui a economia e as pessoas.

A inovação ao serviço do planeta

As tecnologias de segurança inteligentes ajudam-nos a proteger as pessoas, os bens e também o planeta. Por exemplo, combinar câmaras de vigilância com sensores permite medir os níveis de elementos poluentes no ar, bem como de ruído ou vibrações, o que ajuda a melhorar o controlo da poluição atmosférica e sonora nas cidades.

As tecnologias também permitem regular o consumo de recursos. Por exemplo, a imagem térmica e as câmaras de rede de luz visível facilitam o controlo do abastecimento de água; e a análise de vídeo em câmaras de vigilância ajuda a poupar energia devido aos dados que fornece em tempo real, otimizando a utilização dos sistemas de iluminação e aquecimento dos edifícios.

Os exemplos não ficam por aqui, pois as tecnologias de segurança contribuem até para proteger as espécies em risco. As câmaras térmicas são capazes de detetar movimentos, mesmo à noite e a grandess distâncias, de forma a gerar alertas rápidos. Por exemplo, um refúgio de rinocerontes utiliza estas câmaras para proteger os animais dos caçadores; e outro refúgio em Hong Kong instalou uma solução de vigilância para detetar sinais precoces de incêndios florestais e tomar medidas para evacuar em segurança os animais e as pessoas.

Por último, mas não menos importante, estas tecnologias também previnem os efeitos dos fenómenos meteorológicos extremos, que são cada vez mais frequentes devido às alterações climáticas. O Serviço de Previsão de Cheias (SPC) da Météo-France utiliza câmaras de vigilância para monitorizar continuamente determinadas áreas de cursos de água no Mediterrâneo Oriental; e, nos EUA, a ALERTWildfire instalou câmaras de rede em diferentes áreas arborizadas para ajudar os bombeiros a detetar os incêndios antecipadamente. Estas câmaras também permitem que os serviços de emergência acompanhem a evolução das situações em curso, o que melhora a tomada de decisões e permite manter informadas as comunidades afetadas.

 

Sempre de mãos dadas com um parceiro de confiança

Selecionar as tecnologias de segurança adequadas é, sem dúvida, fundamental – mas, para ter um impacto verdadeiramente positivo, é igualmente importante que as empresa contem com um parceiro de confiança que acrescente valor à sua estratégia de sustentabilidade.

Assim, precisam de um fornecedor que possa demonstrar os seus objetivos de redução de CO2 e de combustíveis fósseis; que analise o impacto da sua cadeia de valor; que garanta que os materiais e processos utilizados para fabricar os dispositivos de segurança são sustentáveis; e que, quando estes tiverem de ser substituídos, aplique os princípios da economia circular.

Este fornecedor terá também de proteger os dados recolhidos pelas suas soluções. Desta forma, deve estar comprometido com a cibersegurança e alinhado com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) e os códigos de conduta que a UE desenvolveu para defender práticas éticas.

Enfrentar os desafios das alterações climáticas deve ser uma tarefa coletiva e exige a participação das empresas e de todos os cidadãos. Através da inovação tecnológica, a indústria da segurança já está a desempenhar um papel crucial neste contexto, e assim se pretende que continue. No entanto, nunca nos podemos esquecer que a sustentabilidade deve refletir-se em todos os aspetos da atividade de todas as empresas – bem como dos seus parceiros.





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