O telescópio espacial mais poderoso e complexo da NASA teve ajuda de engenharia portuguesa
O Telescópio Espacial James Webb da NASA, o maior, mais poderoso e complexo telescópio de ciência espacial já construído, teve ajuda de engenharia portuguesa. O grupo português ISQ está a apoiar a missão Webb Space Telescope, garantindo a segurança das operações, tendo a seu cargo a verificação da conformidade dos testes elétricos e de radiofrequência (antenas), o abastecimento do tanque de combustível e as respetivas operações de pressurização, bem como a integração final no lançador.
“O ISQ, através da sua presença na ESQS – Europe Spatial Qualité Sécurité está envolvido na missão do Webb Space Telescope a acompanhar a segurança das operações, através da verificação – do ponto de vista da salvaguarda e proteção do meio ambiente – da conformidade do satélite (incluindo procedimentos operacionais) com os regulamentos, dos estudos de segurança e licenças de operação, fornecendo ainda o suporte para o desenrolar das operações de preparação final antes do lançamento”, explica Pedro Matias, presidente do ISQ.
O Telescópio Espacial James Webb é sucessor do telescópio espacial Hubble e está programado para ser lançado a 17 de dezembro a bordo do foguetão Ariane 5, no Centre Spatial Guyanais, perto de Kourou, na Guiana Francesa. Este tem um espelho seis vezes maior do que o do Hubble e um protetor solar do tamanho de um campo de ténis. O telescópio espacial vai conseguir detetar luz da primeira geração de estrelas e galáxias que se formaram no início do Universo, bem como estudar a atmosfera de exoplanetas habitáveis.
Mas esta situação não é única, como revela Pedro Matias: “A nossa experiência nesta área já vem de longa data. Prestamos serviços de Quality Assurance/Quality Control (QA/QC) no Centro Espacial Europeu (CSG), na Guiana Francesa, há quase duas décadas, com uma equipa magnífica e de excelentes Colaboradores que está permanentemente na base aeroespacial em Kouru. Também trabalhamos ao nível da qualidade operacional (qualidade a bordo e qualidade no solo) dos sistemas de lançamento Ariane 5, Soyuz e Veja”.
“Portugal tem vindo cada vez mais a apostar na indústria Aeroespacial e felizmente temos hoje várias empresas de relevo a trabalhar nesta área e que são reconhecidas a nível internacional. Também a nível Governamental tem sido muito interessante ver que o Governo Português tem vindo a considerar esta área como uma área de futuro, pelo que temos todas as condições para que a médio prazo Portugal se afirme como uma referência em determinados componentes do cluster Aeroespacial. Esperemos que no quadro do Portugal 2030 seja considerado um sector estratégico”, conclui Pedro Matias.