Oceanário de Lisboa é o primeiro aquário da Europa a integrar a rede de Centros de Sobrevivência das Espécies da UICN



Estima-se que existam no oceano entre 700 mil a um milhão de espécies marinhas, mas apensas um a dois terços destas estarão descritas pela Ciência e menos de 18 mil estão avaliadas pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN).

Reconhecendo que “é urgente conhecer a biodiversidade que habita o oceano para travar uma crise de extinção iminente”, o Oceanário de Lisboa tornou-se o primeiro Centro de Sobrevivência de Espécies da IUCN, integrando a rede da Comissão de Sobrevivência de Espécies (SSC).

Em comunicado, o Oceanário de Lisboa diz que a parceria com a SSC começou em 2018, pela vontade de dar um contributo muito concreto para a conservação das espécies marinhas.

“Apercebemo-nos que a maioria das espécies que tínhamos no nosso aquário não tinha estatuto de conservação definido, e que podíamos acelerar essas avaliações», explica Núria Baylina, curadora e diretora de conservação do Oceanário.

Integrada a rede, entre 2018 e 2022, o Oceanário, contribuiu para a avaliação de risco de extinção de 21% das 3263 espécies marinhas avaliadas nesse período em todo o mundo para a Lista Vermelha da UICN.

Depois de ter sido um parceiro ‘Red Listing Hub’ da SSC-IUCN, o Oceanário passa agora, então, a ser um Centro da Sobrevivência de Espécies, “o único aquário da Europa a integrar esta rede que amplia a coordenação de conhecimento e recursos para combater a perda de biodiversidade, e que já conta com 13 organizações em todo o mundo”, diz a organização

“Existe uma necessidade urgente de compreender o que se passa no oceano para planear a proteção das espécies que aí vivem, adequadamente”, avança Catarina Fonseca, a ‘IUCN Marine Species Survival Officer’ responsável pelo projeto. Os Centros para a Sobrevivência das Espécies são parceiros que apoiam a identificação de prioridades de conservação, procurando maximizar o impacto destas ações a nível local. No caso do Oceanário, por agora, o foco são as Avaliações de espécies marinhas, em três projetos diferentes:

  • Livro Vermelho dos Peixes Marinhos de Portugal – liderado pelo Oceanário de Lisboa e Fundação Oceano Azul, com o apoio da Comissão de Sobrevivência de Espécies (SSC) da IUCN e do ICNF, e financiamento parcial da Câmara Municipal de Lisboa, pretende determinar o risco de extinção no território português das cerca de 1050 espécies de peixes marinhos que aqui ocorrem.
  • Avaliação de Espécies em Aquários Públicos – liderado pelo Oceanário, com o objetivo de avaliar todas as espécies com estatuto Não Avaliadas (NE) na coleção do Oceanário;
  • Avaliação Global de Espécies Marinhas – liderado pela Unidade de Biodiversidade Marinha da IUCN e para o qual o Oceanário contribuiu com mais de 670 avaliações de peixes marinhos e como moderador de workshops internacionais.

Sabendo que, em todo o mundo, 42.100 espécies estão em risco de extinção, a maioria devido à ação humana, o Oceanário de Lisboa considera que “inverter a tendência negativa de perda de biodiversidade e salvar estas espécies depende das ações que tomarmos”.





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