Oceanos: Anunciados em Nice apoios para recifes de coral

Um conjunto de países e parceiros filantrópicos anunciou contribuições de mais de 25 milhões de dólares (21,7 milhões de euros) para o Fundo Global para os Recifes de Coral (GFCR, na sigla original), anunciou hoje a organização.
O anúncio foi feito em Nice, França, onde decorre a terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (UNOC3).
O apoio dos governos do Reino Unido, Nova Zelândia, França e Alemanha, em conjunto com os compromissos renovados das organizações “Builders Vision” e “UBS Optimus Foundation” – chega num “momento decisivo para os ecossistemas de coral do planeta e para os mais de mil milhões de pessoas que deles dependem para a segurança alimentar, meios de subsistência e proteção costeira”, diz o GFCR num comunicado.
A organização destaca ainda que o apoio é um passo significativo no esforço de capitalização, para responder ao que considera uma das crises ecológicas mais urgentes do mundo.
“Os recifes de coral são fundamentais para as vidas e os meios de subsistência das comunidades do Pacífico. É fundamental que nós trabalhemos em conjunto para fazer tudo o que pudermos para proteger os recifes de coral”, afirmou, citado no comunicado, Winston Peters, ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia.
Também a Noruega anunciou uma contribuição de 20 milhões de coroas (1,7 milhões de euros), para ajudar na “crise urgente” que põe em risco a saúde dos ecossistemas marinhos.
O GFCR destaca no comunicado a urgência de ação e explica que se vive agora o quarto evento global de branqueamento de corais, afetando cerca de 84% dos recifes do mundo, provocado por ondas de calor marítimas que bateram recordes e por um stress térmico prolongado.
Os cientistas alertam para a mortalidade irreversível dos corais, com consequências graves para a biodiversidade e para as economias costeiras que dependem dos ecossistemas dos recifes, se não houver uma intervenção rápida.
O Fundo diz que, embora o financiamento anunciado na UNOC3 represente um progresso significativo, a lacuna para atingir os objetivos para 2030 continua a ser significativa.
O modelo de financiamento do Fundo já apoiou mais de 100 empresas que beneficiam os recifes e permitiu o financiamento sustentável de mais de 10 milhões de hectares de ecossistemas marinhos e costeiros.
Até 2030, o GFCR visa catalisar mais de 400 empresas positivas para os recifes e mecanismos de financiamento sustentáveis e proteger pelo menos 12% dos recifes de coral globais.
O aquecimento dos oceanos devido ao aquecimento global do planeta e a poluição são algumas das principais causas que estão a levar ao branqueamento dos corais, ecossistemas essenciais para a vida no planeta por abrigarem grande diversidade de vida e protegerem as zonas costeiras.