Oleoduto bloqueado por juiz. Trump não pode simplesmente ignorar verdades inconvenientes



Um juiz federal do Estado do Montana, nos EUA, bloqueou a construção do controverso oleoduto Keystone XL, dizendo que a administração de Trump não pode simplesmente ignorar “factos inconvenientes” sobre o projeto de quase 2 mil quilómetros de extensão.

Este oleoduto há pelo menos uma década que está envolto em controvérsia e protestos por parte de grupos ambientalistas e de grupos indígenas Americanos, que se queixavam que o projeto iria passar pelas suas terras soberanas.

Durante a anterior administração, o Presidente Obama bloqueou a construção deste projeto privado, que se estende desde a província de Alberta, no Canadá, até ao Texas, nos Estados Unidos. A rejeição do projeto por parte de Obama veio depois de uma recomendação da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, que citava preocupações com a cada vez maior dependência do país de combustíveis de origem fóssil. Todavia, Trump reverteu a decisão assim que chegou ao poder, com a desculpa de que a obra iria originar milhares de novos postos de trabalho.

A decisão do juiz Brian Morris vem agora dizer que a construção do oleoduto não pode começar até que haja uma avaliação completa sobre o impacto climático, cultural e na vida selvagem. O juiz acusou também o departamento de estado de ter “ignorado descobertas factuais relacionadas com mudanças climáticas” para fortalecer a reversão relativamente à decisão da anterior administração.

“Uma agência não pode simplesmente ignorar factos contrários ou inconvenientes que foram feitos no passado”, afirmou o juiz Morris na sua decisão. O juiz disse ainda que a decisão da administração de Trump deixava ainda a desejar no que toca ao impacto nas terras indígenas americanas e não teve em consideração questões como fugas de petróleo.





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