Omega3 blinda o coração contra efeitos da poluição
Já se sabia que a gordura polinsaturada Ómega3 – encontrada em muitas das espécies de peixes de águas salgadas e frias, como salmão, sardinhas, atum, arenque ou bacalhau – poderá reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, o que foi constatado pela análise aos esquimós e povos orientais que consumem regularmente estes alimentos.
Agora, uma pesquisa da Agência de Protecção Ambiental da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, concluiu que o óleo de peixe, fonte do nutriente, resguarda o coração dos efeitos nefastos da poluição.
De acordo com os cientistas, quando inalados, os gases tóxicos, especialmente os libertados pelos carros, tendem a acelerar a frequência cardíaca. Com o coração a funcionar a um ritmo alucinante, sobe o risco de sofrer arritmia, capaz de ser responsável por uma síncope no músculo mais importante do corpo.
Acontece que, nesta investigação, a situação ficou sob controlo nos 16 voluntários que ingeriram, diariamente, cápsulas com três gramas de óleo de peixe, um mês antes da exposição aos poluentes.
Ao que tudo indica, o Ómega3 activa o sistema nervoso parassimpático, responsável por diminuir as batidas do coração. Então, garante-se o equilíbrio em relação ao sistema nervoso simpático, cuja função é oposta, ou seja, acelerar os batimentos. A mesma vantagem não foi observada nos 13 participantes que receberam diariamente óleo de oliva.
Mas há mais dados: enquanto os consumidores do óleo de peixe não apresentaram alterações nos níveis de lipídios sanguíneos, aqueles que ingeriram a cápsula de azeite ficaram às voltas com um aumento de colesterol e triglicérides – o estudo norte-americano sugere que essa elevação também será resultado da poluição.
“O excesso de lipídios no sangue decorre da ingestão inadequada de alimentos gordurosos ou de doenças. A poluição não é um factor determinante nisso”, explicou Abrão Cury, cardiologista do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, Brasil, ao Planeta Sustentável.
Independentemente dos resultados obtidos na investigação americana, ainda é cedo para fazer uma ligação directa entre o consumo de Ómega3 e a redução dos danos causados pela poluição, acreditam os especialistas entrevistados pelo Planeta Sustentável. Esperamos, então, por novos estudos.