OMS: lindano classificado como “cancerígeno para os humanos”



A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou o lindano, um insecticida, como potencial causador de cancro nos humanos, estando especialmente relacionado com o linfoma dito não-Hodgkin. Este insecticida foi utilizado no passado de forma intensiva na agricultura, bem como contra os piolhos e para tratar a sarna nos humanos.

O uso do lindano foi banido ou restringido a partir de 2009 na maioria dos países, ao abrigo ca Convenção de Estocolmo relativa a poluentes orgânicos persistentes. Porém, uma isenção prevista na lei permite que continue a ser utilizado como tratamento de segunda linha contra os piolhos e a sarna.

De acordo com a OMS, exposições a altas doses de lindano haviam sido previamente reportadas entre trabalhadores agrícolas e pessoas que aplicam pesticidas. A organização das Nações Unidas aponta ainda que “grandes estudos epidemiológicos da exposição associada à agricultura nos EUA e no Canadá mostram um risco acrescido de 60% de contrair linfoma não-Hodgkin nas pessoas expostas ao lindano”, cita o Guardian.

Numa reavaliação de diversos compostos químicos utilizados na agricultura, um painel de especialistas da OMS decidiu classificar ainda o DDT (dicloro-difenil-tricloretano) como potencial causador de cancro, já que estudos relacionam este composto com o linfoma não-Hodgkin, cancro dos testículos e cancro do fígado.

O DDT foi introduzido no mercado para combater doenças transmitidas por insectos durante a Segunda Guerra Mundial e mais tarde o seu uso generalizou-se na luta pela erradicação da malária. Embora a maior parte das suas aplicações tenham sido banidas na década de 1970, a OMS alerta que os subprodutos do DDT são “altamente persistentes e podem ser detectados no ambiente e nos tecidos animais e humanos”.

Os especialistas da OMS classificaram também o herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) como potencial agente cancerígeno para os humanos. O 2,4-D foi introduzido em 1945 e foi utilizado como herbicida agrícola, tanto em meio urbano e residencial como nas florestas.

Foto: Skeeter1965 / Creative Commons





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