Onde está o dinheiro prometido na Cimeira do Clima?



No final de 2009, umas das principais “vitórias” da chamada Cimeira do Clima, que se realizou durante dez dias em Copenhaga, foi a criação de um fundo de 23 mil milhões de euros, prometido pelos países ricos para mitigar e ajudar a adaptação das nações mais vulneráveis às alterações climáticas.

No entanto, este fundo poderá não estar a ser utilizado como a grande parte dos países que estiveram na cimeira e a própria opinião pública pensavam.

Esta informação foi revelada por um estudo do World Resources Institute (WRI), que dá conta que a grande parte dos 23 mil milhões de euros prometidos pelos países ricos até 2012 – e dos quais 22 mil milhões já estão em cima da mesa – já teriam sido prometidos noutras datas. Ou seja, foram verbas “recicladas” de outros programas internacionais de ajuda.

De acordo com o estudo do WRI, “várias das promessas são compromissos renomeados ou reafirmados, e que já tinham sido feitos no passado”. Sobretudo de países como o Japão, os Estados Unidos ou o Reino Unido.

Por exemplo, metade dos 11 mil milhões de euros prometidos pelo Japão provêm de verbas de ajuda ao desenvolvimento que o Governo japonês já paga anualmente, sendo outros 3,9 mil milhões de euros oriundos de fundos já existentes.

Confrontados com esta situação, alguns países ricos explicaram que a Cimeira de Copenhaga foi realizada no final de 2009, quando os orçamentos para este ano já estavam aprovados. Outros vão mais longe e referem que nunca ficou definido se as verbas concedidas poderiam ou não estar já enquadradas em projectos de ajuda internacional.

Esta verba de 23 mil milhões de euros, recorde-se, seguirá sobretudo para as pequenas ilhas e para os países africanos.





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