ONG querem bloquear classificação de nuclear e gás como sustentáveis



Grupos de defesa do ambiente começaram processos legais contra a Comissão Europeia para procurarem bloquear a classificação da energia produzida a partir do nuclear e do gás como uma atividade sustentável.

A lista proposta pela Comissão suscitou fortes críticas e acusações de ‘greenwashing’ (fazer passar por ecologista posições contrárias).

Na terça-feira, a Greenpeace anunciou que ia apresentar uma queixa ao Tribunal de Justiça da União Europeia, a principal instância jurídica da organização, depois de a Comissão recusar reconsiderar a sua decisão.

A Greenpeace pretende que o Tribunal declare a inclusão do gás fóssil e do nuclear “como inválida”.

Outra iniciativa, lançada pela ClientEarth, pela representação europeia do Fundo da Vida Selvagem (WWF, na sigla em Inglês) e pela BUND contestam apenas a decisão relativa ao gás. Entendem que este combustível fóssil não pode ser considerado sustentável devido ao seu impacto ambiental negativo.

O sistema de classificação ecológico da Comissão define o que pode ser considerado um investimento na energia de fonte sustentável. Inicialmente, não incluía o gás nem o nuclear.

Em plena invasão russa da Ucrânia, esta questão tem dividido os 27 Estados membros e até os grupos políticos no Parlamento Europeu. Mas os eurodeputados aprovaram no ano passado a proposta da Comissão.

A questão do nuclear divide desde há anos ambientalistas, quadros do setor da energia e governantes. Alguns argumentam que é uma importante fonte de energia, sem quase nenhuma emissão de dióxido de carbono, enquanto outros apontam os riscos de um desastre nuclear, além de que a infraestrutura é de construção cara e lenta.

A classificação do nuclear e do gás como atividades sustentáveis facilita o acesso de investidores privados a financiamentos para investimentos nestas atividades.

As estimativas da União Europeia apontam para a necessidade de um investimento anual de 350 mil milhões de euros para cumprir os objetivos definidos com 2030 como referência.





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