ONU assinala cinco anos do Acordo de Paris com cimeira virtual
O Acordo de Paris sobre o clima, assinado há cinco anos pela quase totalidade dos países, é hoje assinalado com uma demonstração do empenho na redução das emissões de carbono, numa cimeira convocada pela ONU.
O acordo histórico para impedir o aumento do aquecimento global e as alterações climáticas que dele decorrem foi assinado há cinco anos em Paris, quando os líderes mundiais assumiram o compromisso de reduzir a emissão de gases com efeito de estuda para impedir um aumento das temperaturas globais inferior a dois graus celsius em relação à época pré-industrial, e procurando que esse aumento seja mesmo inferior a 1,5 graus.
O acordo contempla que as metas de redução de emissões sejam revistas de cinco em cinco anos, pelo que devem ser revistas até final deste ano, mas muitos especialistas têm alertado para a pouca ambição dos países em reduzir essas emissões.
No dia em que se assinalam os cinco anos do Acordo realiza-se a “cimeira da ambição climática”, convocada pela ONU, pelo Reino Unido e pela França, em parceria com o Chile e com a Itália, juntando virtualmente dezenas de líderes mundiais que deverão reafirmar o empenho na luta contra as alterações climáticas e a apresentar metas ambiciosas.
A cimeira de hoje acontece porque a Cimeira de Glasgow sobre o clima, que estava marcada para este mês, foi adiada devido à pandemia de covid-19. A Cimeira de Glasgow (chamada de COP26) está prevista para novembro do próximo ano.
O encontro de hoje inclui discursos do secretário-geral da ONU, António Guterres, e dos países organizadores.
Na sexta-feira em Bruxelas o Conselho Europeu chegou a acordo para a redução de emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia em 55% até 2030, em relação a 1990. A anterior meta era de 40%. O Parlamento Europeu propõe uma redução de 60%.
Na cimeira de hoje não participam os Estados Unidos, que saíram do Acordo de Paris, ainda que o Presidente eleito, Joe Biden, já tenha dito que o país irá voltar ao acordo mundial sobre o clima.
Esse regresso é apontado por especialistas e políticos como uma boa notícia nos cinco anos do Acordo de Paris, que salientam também o recente anúncio da China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, de se tornar neutro em emissões em 2060.