ONU: Planos para reduzir emissões de gases são insuficientes



Os planos nacionais para reduzir emissões de gases com efeito de estufa são insuficientes para impedir o aquecimento global, alertou ontem a ONU, com o secretário-geral a pedir uma “supernova” de ambição na próxima cimeira do clima.

Um relatório da ONU indica que os planos de ação climática são inadequados para limitar o aumento global da temperatura a 1,5 ºC acima dos valores médios da era pré-industrial, uma meta estabelecida no Acordo de Paris sobre redução de emissões.

Em 2015 em Paris praticamente todos os países do mundo concordaram em tomar medidas para impedir que as temperaturas subissem além dos 2ºC em relação à época pré-industrial, e de preferência que a subida não fosse além dos 1,5ºC, para evitar impactos climáticos catastróficos.

No novo relatório sobre alterações climáticas a ONU diz que as metas de cada país para reduzir emissões são insuficientes, tendo o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerado que já não chegam pequenos passos mas que antes uma “supernova” de ambição climática em todos países, cidades e setores.

Simon Stiell, secretário-executivo da ONU para as alterações climáticas, alerta que o documento mostra que os governos estão a dar passos tímidos para evitar a crise climática.

Na conferência do clima (COP28) que vai realizar-se no Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro, os governos precisam de dar “passos audaciosos”, disse o responsável.

O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas da ONU (IPCC na sigla original) indica que as emissões de gases com efeito estufa precisam ser reduzidas em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019.

Na sua mensagem António Guterres destaca que, de acordo com os planos nacionais atuais, as emissões globais de gases de efeito estufa estão programadas para aumentar 9% até 2030, em comparação com os níveis de 2010.

Um relatório da Organização Meteorológica Mundial hoje divulgado indica que a concentração de gases com efeito de estufa atingiu um novo recorde em 2022, contribuindo para o aumento da temperatura global e para o surgimento de fenómenos meteorológicos extremos.

A ação humana também tem influência no aumento dramático das tempestades de areia e de poeiras em algumas partes do mundo, segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, um aviso no âmbito da uma reunião do organismo da ONU que esta a decorrer no Uzbequistão.





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