Opinião: Portugal e Brasil unidos na sustentabilidade



Quarta-feira, 10h. O Museu da Electricidade, em Lisboa, enche-se rapidamente de gestores, governantes, membros de ONG, estudantes ou cidadãos com interesses vários na área da sustentabilidade.

O cenário é deslumbrante – beira Tejo – mas não foi o bucólico Inverno lisboeta que levou mais de uma centena de pessoas ao lançamento do Green Project Awards (GPA) Portugal. Foi o futuro, foi a próxima década, o próximo século.

“Os três grandes desafios do próximo século são a água, a energia e as matérias-primas”, explicou durante a apresentação do GPA Portugal 2012 o secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Pedro Afonso de Paulo. “A transição para a economia verde custa 2% do PIB mundial”, continuou.

Na hora e meia em que decorreu a apresentação do GPA Portugal, a mensagem que passou foi clara: uma grande aposta nos jovens, no emprego, na inovação, empreendedorismo, nas universidades. E nos recursos naturais: no mar, agricultura, na criação de riqueza.

“Os jovens deverão ser os verdadeiros actores da mudança sustentável. Eles têm de ser consultados e incluídos nos processos de tomada de decisão”, explicou o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre.

“Os jovens acedem facilmente a diferentes conteúdos… e têm mais acesso a informações sobre o desenvolvimento sustentável, por isso seu papel é fulcral na mudança de mentalidades”, continuou o responsável.

Nessa manhã, houve sobretudo una unanimidade – e estavam presentes três secretários de Estado, um administrador da AICEP, executivos, outros representantes do sector público e privado, ONGs – sobre a necessidade de promovermos o desenvolvimento sustentável numa lógica de longo prazo.

Aqui, o GPA Portugal 2012 segue os objectivos da edição brasileira. O trabalho de hoje verá os seus mais completos e complexos resultados dentro de alguns anos. É um trabalho de longo prazo, daí a presença de vários stakeholders, muitos deles ligados à juventude (uma grande marca como Rock In Rio, por exemplo).

Este longo prazo da sustentabilidade ficou bem claro neste vídeo que publicámos esta semana e que dá conta da escolha de Victória como a cidade mais sustentável do Canadá. A certa altura, um dos responsáveis pela autarquia diz: “Bom, na verdade, temos de agradecer este prémio aos nossos antepassados. Foram eles que começaram a pensar no desenvolvimento sustentável. Há 100 anos”.

Mas a nossa geração não tem 100 anos para pensar a sustentabilidade. E este ponto foi muito frisado na quarta-feira. “No século XX a economia cresceu 40 vezes, a população aumentou quatro vezes. Caminhamos para um futuro não sustentável”, explicou Pedro Afonso de Paulo.

O secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, foi mais longe, explicando que, até 2020, “é preciso resolver a questão do défice tarifário”. A solução? “Tenhamos a coragem de inovar, a audácia de questionar e a sabedoria de trabalharmos juntos”.

“Quando o nosso modo de vida futuro depende de dissipar ilusões e despertar para os desafios do presente, somo chamos a agir rápida e decididamente, libertando-nos da complacência”, continuou Henrique Gomes, que reforçou a importância da eficiência energética.

Finalmente, o futuro também se faz de economia. António Almeida Lima, administrador do AICEP, reforçou o interesse português na América do Sul, sobretudo Brasil, Peru e Colômbia, em África (Angola, Moçambique e norte africano), na Ásia (China), Estados Unidos, México, Turquia… mas também na Europa.

É esta a ambição do Green Project Awards, que se assume hoje, cada vez mais, um projecto perfeccionista. Uma procura pelo desenvolvimento sustentável em língua portuguesa. Também por esta razão o Green Savers se associou a este movimento.

As inscrições para o Green Project Awards Portugal arrancam a 1 de Março. Pode participar neste movimento através do site http://www.greenprojectawards.com/.





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