Organizações ambientalistas exigem “ação urgente e efetiva” para travar crises planetárias em Portugal
As organizações não-governamentais (ONG) do Ambiente avisam que Portugal precisa de “ação urgente e efetiva” para combater as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, recordando que o país, tal como toda a região mediterrânica, é um dos “mais vulneráveis” a essas crises planetárias.
O apelo é feito num memorando que junta diversas ONG portuguesas que estiveram reunidas no passado mês de fevereiro no Encontro Nacional de ONGAs 2023, que teve lugar em Figueira de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda.
As entidades salientam que “Portugal tem uma diversidade de paisagens, ecossistemas e espécies únicos no mundo, e que permitem o desenvolvimento económico e social do país, pelo que a preservação do ambiente deve representar uma prioridade estratégica”. E destacam “a urgência de travar o processo de alterações climáticas a montante”, para fazer face à “gravidade dos impactos ambientais, e consequentes impactos económicos, sobre o património natural nacional, dos quais se destacam os efeitos devastadores dos incêndios florestais, das chuvas torrenciais e cheias, da subida do nível do mar, da acidificação do oceano Atlântico, das secas extremas e das migrações dos ecossistemas”.
Por isso, Portugal “deverá elevar o seu combate e mitigação ao centro das prioridades políticas”.
As associações ambientalistas portuguesas dizem que é “premente (…) definir planos de atuação conjuntos, envolvendo a comunidade, e redefinindo as prioridades nacionais, colocar o foco na defesa do ambiente e no bem-estar das populações, principalmente as mais vulneráveis”, através, designadamente, da preservação de zonas ambientalmente prioritárias, de uma melhor gestão dos espaços verdes nas cidades, de incentivos à maior sustentabilidade das atividades económicas, da aposta na educação ambiental, do restauro de ecossistemas e habitats degradados, da promoção do conhecimento científico, do reforço dos financiamentos aos níveis nacional e municipal e do combate à poluição.
Além disso, pedem também ação legislativa para que as instalações de produção elétrica, como parques fotovoltaicos e eólicos, não destruam “em larga escala” locais biologicamente diversos, e para que haja “uma maior exigência na restrição a atividades que possam acarretar um impacto negativo dentro da rede de áreas classificadas”.
As ONG portuguesas dizem, em comunicado, que as “atividades humanas que resultam na destruição dos habitats, extinções em massa, poluição, contaminação de águas e solos, entre outras, juntam-se às alterações climáticas e aos eventos extremos, numa situação que se agrava a cada momento”. E defendem que “nestes tempos de mudança global, é imperativo desenvolver uma ação conjunta na preservação do ambiente” e “uma atuação estatal ativa no apoio à implementação de planos de ação”.