Os coalas caminham para a extinção?



Nas últimas décadas, os coalas têm visto o seu habitat ser ocupado pela expansão urbana e industrial, para além de serem animais particularmente vulneráveis às alterações climatéricas. Estão já em perigo de extinção, aliás, em áreas como Queensland e New South Wales, na Austrália.

De acordo com a Australian Koala Foudation, o sistema de controlo ambiental australiano é “ridículo” e tem que ser mudado para evitar que coalas sejam dizimados em várias áreas do país.

A Australian Koala Foudation apelou a uma mudança do actual sistema de compensação do Governo, que se baseia na deslocação de um coala de um habitat natural destruído para outro equivalente, noutro local.

Os críticos afirmam que o sistema permite a destruição de vegetação insubstituível, o que condena os animais dependentes dela, de acordo com o The Guardian. “Há algo de muito errado com a ideia de deslocação de coalas. Pense nisso do ponto de vista de um coala”, explicou Deborah Tabarat, directora-executiva da fundação.

“Se a sua árvore for derrubada, o que será de si? Terá uma boa hipótese de ser atropelado por um carro ou de ser atacado por um cão. E se sobreviver à expulsão inicial, terá que descobrir para onde deverá ir até encontrar uma nova área livre. E então, depois de conseguir chegar a essa reserva – uma terra prometida – vão demorar anos até que as novas árvores tenham alguma utilidade para si, e demorará muito tempo até que o ecossistema esteja completamente restaurado”, explicou.

Tabarat revelou estar preocupada com a aprovação de uma grande mina de carvão na propriedade de Clive Palmer, que irá arrasar a reserva natural de Bimblebox, em Queensland.

“Os que falam de desenvolvimento estão a exagerar os valores, e o Governo não está a calcular bem os riscos”, referiu.

Um estudo da Universidade de Queensland descobriu que o planeamento “inteligente” de estradas e áreas florestais é necessário para manter a diversidade genética de coalas e para garantir a sobrevivência da espécie.

Os investigadores descobriram que a dispersão saudável dos genes de coala “caiu rapidamente”, uma vez que a percentagem de cobertural florestal diminuiu abaixo dos 30%.

Áreas com pouca ou nenhuma cobertura florestal tiveram taxas de fluxo genético três vezes menores do que as áreas em que a cobertura florestal foi de 100%. Paralelamente, “os números de coalas caíram massivamente ao longo dos últimos 15 anos no sudeste de Queensland e a urbanização vai afectá-los ainda mais”, disse Jonathan Rhodes, co-autor do estudo.

Foto:  danheap77 / Creative Commons





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