Os hábitos secretos dos tubarões
As câmaras GoPro costumam ser utilizadas para captar imagens durante a realização de desportos radicais – já que são equipamentos altamente resistentes – ou para filmar os hábitos dos animais. Habitualmente vêem-se imagens captadas com estas câmaras de voos de aves, grandes felídeos durante a caça ou de outros animais. Porém, raramente se vêem imagens captadas com este equipamento de tubarões ou de outros grandes predadores oceânicos.
Uma equipa de investigadores da Universidade do Havai e da Universidade de Tóquio utilizaram recentemente câmaras GoPro, que foram fixadas às barbatanas dos tubarões dos recifes, para estudar os hábitos e comportamentos destes animais. As imagens obtidas não são tão fascinantes quanto aquelas que são recolhidas durante o voo de uma águia, por exemplo, mas revelam hábitos dos tubarões até agora desconhecidos.
“Conseguimos observar comportamentos que anteriormente não podíamos”, afirmou Carl Meyer, investigador do Instituto de Biologia Marinha do Havai, cita o Huffington Post. Até agora, os investigadores conseguiam apenas localizar os movimentos dos tubarões, mas não tinham grande percepção do que é que os animais faziam. Este equipamento veio ajudar a perceber a rotina diária de um tubarão, especialmente a forma como se movimentam. Adicionalmente, os cientistas fixaram acelerómetros e magnetómetros que permitiram perceber a aceleração dos animais, o campo magnético à sua volta, a profundidade e a temperatura da água.
A informação recolhida permitiu desmentir algumas suposições sobre a forma como os tubarões nadam. “Contrariamente ao que os cientistas anteriormente pensavam, os tubarões nadam efusivamente (em vez de deslizar facilmente) para atravessar grandes extensões de água e as espécies nativas das águas profundas não são tão preguiçosas comparadas com as espécies de águas menos profundas”, afirma o investigador.
O estudo revela ainda o quão temidos são os tubarões-tigre entre as outras espécies destes animais. As imagens revelam a forma como um grupo heterogéneo formado por tubarões-martelo, corre-costas e pontas-negras se manteve junto como táctica de sobrevivência perante a presença de tubarões maiores.
Futuramente, os investigadores pretendem utilizar este tipo de equipamento nos tubarões tigre da costa do Maui para perceberem a razão do aumento dos ataques na região e para informar melhor a população sobre medidas de segurança.
Foto: Sam Howzit / Creative Commons