Otoctone: produtos esquecidos de Portugal estão de volta às nossas mesas (com VÍDEO)



Num Outono passado, Álvaro Dias passeava numa pequena aldeia da Beira Baixa quando, em conversa com uma aldeã, conheceu um condimento ancestral e ali ainda utilizado. Esta erva aromática, dizia a senhora, era utilizada em alguns pratos típicos da aldeia. “Apressei-me a arrancar umas folhinhas que cheiravam maravilhosamente, provei e o seu sabor fez-me sorrir”, explicou Álvaro Dias no documento que apresenta a sua recém-fundada empresa.

Sem saber, Álvaro Dias estava a escolher o primeiro produto da Otoctone, o serpão. A empresa procura os produtos e sabores esquecidos de Portugal, e coloca-os à disposição de um grande número de pessoas. “A Otoctone vai à raiz, à essência dos povos. A biodiversidade é muito importante, quer em termos de saúde – alimentação diversificada – quer ambientais”, explicou Álvaro Dias ao Economia Verde.

A grande parte dos produtos comercializados pela Otoctone são unicamente produzidos em pequenas regiões. O objectivo da empresa é não os deixar morrer de solidão. Para além do serpão, a empresa comercializa nêveda, banana dos Açores, funcho, lódão ou açaflor, todos eles verdadeiros extraterrestres gastronómicos.

O novo produto da empresa são as passas de cereja. “As passas de cereja são o produto final. Elas vêm da colheita, são escolhidas e separadas em caixas. Depois, algumas são descaroçadas”, explicou ao Economia Verde José Matos, produtor de cerejas que trabalha com a Octotone. Cerejas do Fundão, claro.

As cerejas não secam ao sol, por causa dos pássaros e insectos, e vão para tabuleiros onde, em seis horas, passam a passa. Tudo se aproveita, incluindo os pés da cereja, que são utilizados para infusões com propriedades relaxantes.

Na Otoctone, até as embalagens são sustentáveis. Depois do produto ser consumido, basta juntar umas sementes e alguma terra e o papel faz de vaso. Quando a plantar crescer, tudo se desintegra e não há desperdício. Veja o episódio 274 do Economia Verde.





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