PAN quer converter zoos em centros de conservação e pede criação de santuários naturais



O Pessoas-Animais-Natureza (PAN) quer transformar os parques zoológicos e os delfinários em Portugal em centros de conservação, recuperação e observação de espécies selvagens “sem componente lúdica”.

A iniciativa legislativa do partido, que deu entrada esta quinta-feira no Parlamento, pretende também que sejam criados “santuários naturais que permitam uma proximidade daquele que seria o seu habitat natural”, é explicado em comunicado enviado às redações.

Para a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, “precisamos repensar o papel dos parques zoológicos e procurar alternativas mais éticas e eficazes para a conservação e recuperação de espécies ameaçadas”.

A deputada única acredita que “temos de privilegiar a conservação e a recuperação das espécies em detrimento do entretenimento”. E afirma “tal é essencial para o futuro da conservação e da educação sobre as necessidades dos animais em matéria de bem-estar, bem como a sua conservação.

Sousa Real considera que “o confinamento a que são sujeitos [esses animais selvagens], seja nos delfinários, seja nos jardins zoológicos, jamais será capaz de reproduzir o seu habitat natural e que manifestem os seus comportamentos naturais, como o fariam na natureza e até em grupo. Estamos a negar aos animais selvagens um direito que deveria ser reconhecido como fundamental: o de viverem em liberdade, junto dos membros da sua própria espécie”.

O partido quer que seja implementada uma moratória de três anos que permita a transição gradual dos parques zoológicos para centros de sensibilização e de conservação e para que sejam criados santuários que possam acolher as espécies selvagens hoje nos zoos.

“Durante esse período, os parques zoológicos serão incentivados a implementar medidas de reconversão digital, utilizando tecnologias interativas para proporcionar aos visitantes experiências educativas e informativas, sem a necessidade de manter os animais em cativeiro”, diz o PAN em nota.

As propostas legislativas preveem também o reforço dos centros de recolha de animais selvagens existentes, “os quais devem ser dotados de recursos e de pessoal qualificado para fornecer cuidados veterinários, promover a reabilitação e a reintrodução de animais na natureza sempre que possível”.

Sousa Real recorda o projeto ZOO XXI, implementado em Espanha, “reconhecido internacionalmente como um modelo de reconversão de parques zoológicos em centros de conservação ou de projetos para a criação de santuários naturais para cetáceos na Nova Escócia ou Indonésia e implementar um regime semelhante em Portugal”.





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