Pangolim serve de inspiração para robot médico em miniatura
O pangolim é o único mamífero do mundo totalmente coberto por escamas duras, feitas de queratina, tal como as nossas unhas e o nosso cabelo. A disposição das escamas permite ao animal enrolar-se e formar uma bola, protegendo as suas partes mais vulneráveis dos ataques de predadores.
Foi precisamente essa capacidade que inspirou um grupo de investigadores do Instituto Max Planck para Sistemas Inteligentes, na Alemanha, para criarem um novo tipo de robot, que apesar de ser feito de componentes metálicas sólidas, é altamente flexível, e poderá servir para intervenções médicas dentro do corpo humano, como, por exemplo, para remover tumores e estancar hemorragias.
Num artigo publicado esta semana na revista ‘Nature Communications’, os cientistas explicam que o robot não tem mais de dois centímetros de comprimento, é controlado remotamente e quando exposto a um campo magnético de alta frequência pode aquecer atá aos 70 graus Celsius.
Por outro lado, quando exposto a frequências magnéticas mais baixas, os investigadores podem comandá-lo para enrolar-se, tal como o pangolim, e mover-se livremente pelo interior do corpo, sem danificar os tecidos por onde passa. E pode transportar medicamentos até determinada zona, realizando tratamentos sem necessidade de intervenções médicas arriscadas.
Os investigadores acreditam que este robot inspirado no pangolim tem um grande potencial para revolucionar a medicina moderna, podendo um dia “alcançar até as regiões mais estreitas e sensíveis do corpo de uma forma minimamente invasiva”, argumentam.
Os próximos passos passarão agora por testes em organismos vivos que permitam avaliar a capacidade de locomoção do pequeno robot ao longo dos tecidos internos do corpo, para garantir a sua eficácia.