Parceria entre Simtejo, ISQ e Hidromot vai aumentar eficiência energética das ETAR portuguesas
O sector da água e águas residuais representa 1% a 3% de toda a energia consumida nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, respectivamente, e apesar de em Portugal estes números não estarem disponíveis de forma exacta, a verdade é que não andarão muito longe destas percentagens.
Tal como outros em todo o mundo, o sector das águas residuais, em Portugal, tem enormes custos de operação e manutenção e um dos seus grandes desafios é optimizar os processos com vista à redução dos consumos energéticos e diminuição dos gases com efeito de estufa.
Para fazer face a este problema, a Simtejo lançou no final de 2013 o projecto Smart Water 4 Energy (SW4E), que visa desenvolver um sistema inteligente para a gestão energética das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais). E a Simtejo tem 28 a seu cargo.
“[Este projecto] veio colmatar uma necessidade de reduzir o consumo de energia eléctrica nas ETAR, tendo em vista as necessidades e desafios que estão a ser colocados a este sector”, explicou ao Green Savers Ana Nobre, da Simtejo.
O projecto, que foi apresentado esta manhã no stand da Águas de Portugal no Congresso Mundial da Água – que se realiza durante toda esta semana no Centro de Congressos de Lisboa – irá decorrer até Fevereiro de 2015, mas é provável que o prazo seja estendido durante mais alguns meses.
“O SW4E é uma ferramenta que ajuda a tomada de decisão”, continuou a responsável. “Podemos analisar o processo de consumo de energia e criar medidas de eficiência energética”. Em termos práticos, o projecto utiliza sensores que enviam resultados para um servidor de dados e, mais tarde, para um excel. Depois de analisados os resultados – e são várias as combinações de dados possíveis -, os gestores podem tomar uma decisão mais informada.
Desenvolvido por agora nas ETAR de Alcântara e Frielas, que foram seleccionadas pela possibilidade de replicar a tecnologias noutras infra-estruturas, o projecto é co-financiado pelo QREN e inclui dois parceiros estratégicos: a ISQ, que faz a auditoria e monitorização energética; e a Hidromod, responsável pelo desenvolvimento de sistemas operacionais e plataformas inteligentes de análise de dados.
Segundo Ana Nobre, as características inovadoras dos três produtos propostos irão tornar possível a monitorização em tempo real dos consumos de energia associados aos processos de tratamento de águas residuais e desenvolver uma estratégia de eficiência energética. A médio e longo prazo, quem sabe, este modelo poderá chegar a outras latitudes, além-fronteiras.
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