Paris vai gastar €1.000 milhões para tornar Les Halles no coração da cidade (com FOTOS)



Em 1848, o arquitecto francês Victor Baltard ganhou um concurso para construir vários pavilhões de ferro na zona de Les Halles, Paris, transformando-a no maior mercado da capital francesa. O projecto arrancou finalmente em 1852 – Baltard finalizou-o no papel dois anos depois – e levou à construção de dez pavilhões entre esta data e 1870 – os últimos dois pavilhões tiveram de esperar até 1936 para ver a luz do dia.

O espaço, considerado pelo escritor Emile Zola como “a barriga de Paris” numa das suas obras, é agrupado em dois grupos separados por uma rua central a céu aberto. Cada pavilhão – de ferro e vidro – tem a sua especialidade: o número três era o da carne, nove o dos peixes; as frutas e legumes eram vendidas no quadrado.

Porém, os pavilhões foram demolidos nos 70, deixando um enorme buraco em Les Halles. Entretanto, o local foi transformando numa gigantesca plataforma de transportes, que liga o centro da cidade aos subúrbios para cerca de 750.000 pessoas por dia – é a maior estação subterrânea da Europa – entre metro e comboio -, apoiada por um centro comercial que recebe 37 milhões de pessoas por ano.

O complexo, porém, é pouco apelativo para os parisienses e turistas. Mas tudo isto irá mudar, espera a mayor parisiense Anne Hidalgo, que inaugurará na Primavera um novo projecto arquitectural para esta zona, avaliado em €1000 milhões e que a pretenderá converter no coração da cidade, depois de já ter sido a barriga.

O projecto – La Canopee – inclui uma estrutura de vidro desenhada pelos arquitectos Jacques Anziutti e Patrick Berger, remodelação da estação e centro comercial, novos jardins, uma biblioteca, um conservatório de artes e música e um centro de hip-hop.

Segundo o The Guardian, a estrutura de Anziutti e Berger terá 18.000 peças de vidro erguidas por 7.000 toneladas de aço, num projecto avaliado em €200 milhões. Anne Hidalgo acredita que a área que uma vez apelidou de “catástrofe urbana” possa ser o novo “coração” da cidade. E faça esquecer, de uma vez por todas, um das piores decisões de planeamento urbano alguma vez feitas na Europa e mundo.

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