Parlamento de Taiwan aprova emenda para prolongar operação de centrais nucleares



O Parlamento de Taiwan, controlado pela oposição, aprovou uma emenda que permitirá aos operadores de centrais nucleares prolongar a validade das licenças dos atuais 40 anos para 60 anos, apesar das críticas do Governo.

A medida aprovada na terça-feira foi apresentada por deputados do principal partido da oposição, o Kuomintang (KMT), e do Partido Popular de Taiwan (TPP, na sigla em inglês).

A votação final terminou com 60 votos a favor e 51 contra, estes últimos do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), atualmente no poder, avançou a agência de notícias pública taiwanesa CNA.

A oposição do DPP centrou-se na gestão de resíduos nucleares, enquanto os proponentes da emenda argumentaram que esta não expande automaticamente as operações, mas introduz flexibilidade regulamentar.

A última central nuclear ativa de Taiwan, localizada no condado de Pingtung, no sul, estava programada para fechar completamente no próximo fim de semana.

O ministro da Economia, Kuo Jyh-huei, citado pela CNA, explicou recentemente que a central deverá cessar as operações a 17 de maio, de acordo com a legislação em vigor, embora o fornecimento de energia possa continuar até ao final do mês.

O ministro observou ainda que, em caso de extensão da operação do reator, seriam necessários entre 16 a 18 meses para reativar e reabastecer a estrutura.

As centrais nucleares de Chinshan e Kuosheng, na cidade de Nova Taipé (norte), começaram a ser desmanteladas em julho de 2019 e março de 2023, respetivamente, após a expiração das licenças.

Durante décadas, o DPP defendeu a necessidade de eliminar gradualmente a energia nuclear na ilha, mas a crescente procura de eletricidade por parte da indústria tecnológica e a falta de desenvolvimento de energias renováveis aumentaram os receios de uma futura escassez de energia.

De acordo com os dados do Departamento de Energia, a energia nuclear representou 6,3% da matriz energética de Taiwan em 2023.

A emenda aprovada terça-feira enquadra-se numa luta política mais alargada entre o governo e a oposição taiwanesa, que tem usado a sua maioria para, entre outras coisas, rejeitar o orçamento apresentado pelo Executivo.

Em março, o principal partido da oposição de Taiwan anunciou a realização de dois referendos sobre a abolição da pena de morte e sobre a lei marcial e acusou o Governo de instrumentalizar a ameaça da China.

O presidente do KMT, Eric Chu Li-luan, explicou que o objetivo dos referendos é que a população “se manifeste e expresse a sua vontade”, opondo-se à “abolição de facto” da pena capital e exigindo que o governo não provoque “riscos de guerra ou a imposição da lei marcial”.






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